domingo, 26 de maio de 2013

ALAVANCAGEM E ESTRUTURA DE CAPITAL



A QUESTÃO DA ESTRUTURA DE CAPITAL

Conforme visto no capítulo anterior, o custo de capital médio ponderado retrata o custo de capital próprio e de terceiros, de acordo com a proporção financiada por cada um.
A principal razão para estudar o custo de capital está na questão de que o valor da empresa será maximizado quando o custo de capital da empresa estiver minimizado, ou seja, a empresa gastará menos para financiar seus recursos.
Assim, pode-se definir a estrutura ótima de capital como aquela que proporciona o menor custo de capital médio ponderado, maximizando, dessa forma, o valor da empresa.

ALAVANCAGEM
A alavancagem é o uso de ativos ou recursos com um custo fixo, a fim de aumentar os retornos dos proprietários da empresa.
Ou ainda, a alavancagem é o conceito que define o grau de utilização de recursos de terceiros para aumentar as possibilidades de lucro, aumentando consequentemente o grau de risco da operação.
Existem três tipos básicos de alavancagem: operacional, financeira e total. A alavancagem operacional é determinada pela relação entre as receitas de vendas da empresa e seu LAJIR. A alavancagem financeira refere-se à relação entre o LAJIR e o lucro por ação e a alavancagem total é determinada pela relação entre a receita de vendas da empresa e o lucro por ação.

ALAVANCAGEM FINANCEIRA E O SEU EFEITO
A alavancagem financeira, é a capacidade da empresa de usar encargos financeiros fixos a fim de maximizar os efeitos de variações no LAJIR sobre os lucros por ação da empresa. Já define como o efeito de uma mudança no lucro por ação como resultado de uma mudança no LAJIR.

EXEMPLO:
Uma empresa tem um capital total de R$ 8 milhões, todo constituído por capital próprio, através de 400.000 ações ao preço de R$ 20,00. A empresa decide terceirizar parte da dívida da empresa, totalizando R$ 4 milhões de capital de terceiros. A taxa de juros cobrada pelo valor é de 10% ao ano.
Supondo que a empresa trabalhe com 03 cenários de desempenho prováveis: recessão, esperado e expansão.

ESTRUTURA DE CAPITAL CORRENTE: SEM DÍVIDAS
RECESSÃO ESPERADO EXPANSÃO

LAJIR:  R$ 500.000 / R$ 1.000.000 / R$ 1.500.000
Juros:  0 /  0 / 0
Lucro Líquido:  R$ 500.000 / R$ 1.000.000 / R$ 1.500.000
ROE: 6,25%  / 12,50%  / 18,75%
LPA: R$ 1,25 / R$ 2,50 / R$ 3,75

ESTRUTURA DE CAPITAL CORRENTE: R$ 4 MILHÕES DE CAPITAL DE TERCEIROS
RECESSÃO ESPERADO EXPANSÃO

LAJIR:  R$ 500.000 / R$ 1.000.000  / R$ 1.500.000
Juros R$ 400.000  / R$ 400.000  / R$ 400.000
Lucro Líquido: R$ 100.000 / R$ 600.000  / R$ 1.100.000
ROE: 2,50%  / 15,00%  / 27,50%
LPA: R$ 0,50  / R$ 3,00  / R$ 5,50

Percebe-se que o ROE (Retorno sobre Capital) e o LPA (Lucro por ação) são relativamente maiores com a estrutura alavancada, a partir de determinado momento, uma vez que no cenário de recessão o montante de juros representa quase a totalidade do LAJIR. À medida que o LAJIR vai aumentando e o montante de juros permanece o mesmo, aumenta-se o valor do ROE e LPA, principalmente porque agora o capital próprio é de apenas R$ 4 milhões.

ALAVANCAGEM FINANCEIRA E O LAJIR DE EQUILÍBRIO
Conforme visto anteriormente, percebe-se que, a partir de determinado momento, compensasse utilizar capital de terceiros. Portanto, torna-se necessário descobrir o ponto de equilíbrio do LAJIR, ou seja, o valor inicial de LAJIR que permita trabalhar alavancado com maiores ganhos.

ESTRUTURA DE CAPITAL E VALOR DA EMPRESA – PROPOSIÇÃO I DE M&M: MODELO DE PIZZA
Conforme visto anteriormente, a estrutura de capital da empresa é definida pela quantidade de capital próprio e capital de terceiros envolvidos na composição da empresa.
De acordo com Modigliani e Miller (M&M), o valor da empresa independe de sua estrutura de capital. A forma com que a empresa divide seu capital não interfere no tamanho do ativo gerado pela empresa. Essa proposição ficou conhecida como o modelo de Pizza de M&M, dada a ilustração de que, na verdade, a o tamanho da pizza é igual em ambos os casos, variando apenas a forma como ela é dividida.
Porém, na prática, o que ocorre é que o endividamento pode ser vantajoso porque a mudança da estrutura de capital pode reduzir o imposto de renda a pagar, tornar o custo de capital menor e aumentar o valor da empresa. Uma crítica sobre o modelo de pizza de M&M é que os pressupostos são de mercado perfeito e ideal – sem impostos, com ampla e perfeita divulgação de todas as informações e sem custos de transação, o que efetivamente não
ocorre.

RISCO OPERACIONAL E RISCO FINANCEIRO
O custo de capital próprio pode ser dividido em duas partes: o risco operacional e o risco financeiro. O risco operacional diz respeito às operações da empresa, ou seja, é o risco que a empresa
corre de não gerar receitas suficientes para cobrir seus custos operacionais. Já o risco financeiro é o risco que a empresa corre por utilizar o capital de terceiros, ou seja, é resultado direto da decisão de financiamento da empresa, tendo em vista o risco existente pelo alto volume de amortizações e juros a pagar. Em suma, é o risco de não gerar lucro suficiente para arcar com o principal e juros dos empréstimos de terceiros. É o que os autores definem como o custo da inadimplência ou custo de falência. Dentre outros aspectos, à medida que uma empresa se torna mais endividada, o maior risco da empresa é assumido pelos acionistas, os quais, por conta disso, passam a exigir um retorno mais elevado.

O BENEFÍCIO FISCAL DO CAPITAL DE TERCEIROS
Os juros pagos a título de empréstimo (capital de terceiros) são dedutíveis da base tributável dos impostos sobre resultado (IRPJ e CSLL). Assim, a empresa consegue gerar uma economia no valor de impostos a recolher.
Vale ressaltar que, para empresas que apresentem prejuízo contábil, esse benefício não surte qualquer efeito.
Concluindo, o custo de capital de terceiros definitivamente torna-se mais barato do que o custo de capital próprio para a empresa. Então, nessa lógica, seria interessante para a empresa trabalhar sempre com capital de terceiros? Integralmente não, até pelo alto risco financeiro incorrido nessa situação, uma vez que ao mesmo tempo que a empresa ganha benefício fiscal com os juros, sua capacidade de gerar lucro compromete-se com o alto montante de amortização e juros dos empréstimos. Portanto, existe uma determinada composição que aproveita os benefícios do baixo custo de capital de terceiros sem no entanto comprometer em demasia a geração de lucros da empresa.
É o ponto ótimo da estrutura de capital ou estrutura ótima de capital.

ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL
Uma empresa obtém a maximização de seu valor quando o custo total de capital é mínimo, ou seja, quando o custo médio ponderado de capital é mínimo.
Conforme foi visto anteriormente, o mix ideal de relação entre o capital próprio e capital de terceiro é que vai possibilitar ter uma estrutura ótima de capital, tendo em vista que terá o seu custo médio ponderado de capital mínimo. Explica bem essa situação: “a empresa toma emprestado o ponto no qual o benefício fiscal de um dólar adicional de capital de terceiros é exatamente igual ao custo oriundo do aumento da probabilidade de dificuldades financeiras”.

ESTRUTURA ÓTIMA DE CAPITAL

Assim, não seria prudente afirmar que exista uma única intersecção que corresponderia exatamente ao ponto ótimo da estrutura de capital. O importante nesse ponto é atentar-se para o trade-off colocado na questão: benefício fiscal x dificuldades financeiras. Ou seja, a empresa deve ponderar até em que ponto consegue se endividar sem comprometer sua geração de lucro, de forma a reduzir seu custo de capital, sem no entanto abdicar da pontualidade de seus compromissos (pagamento das dívidas).

domingo, 19 de maio de 2013

CUSTO DE CAPITAL


CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Quando da avaliação de investimentos, das alternativas estudadas (VPL, TIR, Índice de Rentabilidade), era necessário definir a taxa mínima de atratividade ou custo de capital. A partir de agora, a definição primordial passa a ser de financiamento e não mais de investimento.
Portanto, torna-se indispensável saber qual a taxa mínima de retorno que a empresa ou investidor irá exigir de seus investimentos, sejam estes financiados por capital do acionista
(próprio) ou por terceiros.

O QUE É CUSTO DE CAPITAL?
O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa deve pagar aos investidores a fim de induzi-los a comprar ações e títulos.
O custo de capital é a taxa de retorno mínima exigida para um novo investimento.
Em sua estrutura de capital, uma empresa remunera seus acionistas e sócios através de dividendos, distribuições de lucro e
outros; por outro lado, existem terceiros que ajudam a financiar as atividades da empresa (bancos, fundos de pensão, entre outros). Portanto, o custo de capital da empresa deve abranger a remuneração exigida pelos sócios e acionistas e mais a remuneração exigida pelos terceiros, ponderado, logicamente, pela participação de cada um no capital da empresa. Assim, pode-se dividir o custo de capital da empresa em (i) próprio e (ii) terceiro.

CUSTO DE CAPITAL PRÓPRIO
O custo de capital próprio corresponde ao retorno que os investidores, sejam acionistas ou sócios exigem pelo investimento nas ações da empresa ou participação direta no capital social da empresa.
Existem duas abordagens para se calcular o custo de capital próprio:
a) Modelo de Crescimento de Dividendos ou Modelo de Gordon;
b) Modelo SML ou Linha de Mercado de Títulos;
Ao final, será apresentada ainda a metodologia de cálculo da ação preferencial.
Modelo de Crescimento de Dividendos ou Modelo de Gordon.
A remuneração de um acionista consiste basicamente nos dividendos1 pagos pela empresa.
Supondo que os dividendos de uma empresa tendem a crescer a uma taxa constante, o retorno exigido pelo acionista será o percentual do dividendo em relação ao valor da ação, acrescido da taxa de crescimento do dividendo.

Rexig = D/Po + g
Po = preço corrente da ação ordinária
D = dividendo por ação esperado no final do ano 01
Rexig = taxa de retorno exigida sobre a ação ordinária
g = taxa anual de crescimento constante dos dividendos

Dividendos é a parcela do lucro apurado pela empresa, que é distribuída aos acionistas por ocasião do encerramento do exercício social (balanço). Pela lei das S/A' s, deverá ser distribuído um dividendo de no mínimo 25% do lucro líquido apurado, e sempre em dinheiro (moeda corrente). Os dividendos podem ter periodicidade diversa: mensal, trimestral, semestral, anual, etc., desde que conste no estatuto da empresa o período determinado. A Assembleia Geral Ordinária (AGO) é quem determina a parcela a ser distribuído como dividendo, de acordo com os interesses da empresa, através da manifestação de seus acionistas. O montante a ser distribuído deverá ser dividido pelo número de ações emitidas pela empresa, de forma a garantir a proporcionalidade da distribuição.

EXEMPLO:

Po = R$ 50
D = R$4
g = 5%
Ks = ??
R.: 13% é o retorno mínimo exigido pelo acionista

Modelo SML ou Linha de Mercado de Títulos
Para o modelo SML, conforme visto no capítulo anterior, o custo de capital próprio é calculado da seguinte forma:

Resp = Rlivre + (8 x (Rmerc - Rlivre))

EM QUE:
Resp = Retorno esperado do título ou ação ou Custo de Capital Próprio
Rlivre = Retorno livre do risco
8 = Índice beta do título ou ação
Rmerc = Retorno de mercado

EXEMPLO:
Rlivre = 7%
8 = 1,50
Rmerc = 11%
Resp = 7% + [1,5 x (11% - 7%)]
Resp = 7% + 6% = 13%.

VANTAGENS E DESVANTAGENS DOS DOIS MODELOS

MODELO VANTAGENS DESVANTAGENS
Crescimento de dividendos - Simples de calcular;
- Fácil de ser compreendida e utilizada;
- Só é aplicável a empresas que paguem dividendos;
- O pressuposto de que os dividendos crescem a uma taxa constante é forçado;
- Não considera o risco explicitamente;
SML - Considera o risco, uma vez que trabalha com o beta;
- Aplicado não somente às empresas que pagam dividendos;
- O retorno de mercado deve ser estimado, o que torna o modelo
mais impreciso;
- Por utilizar o beta, o futuro está sendo projetado com base no passado, o que nem sempre será necessariamente seguido.

CUSTO DA AÇÃO PREFERENCIAL
A diferença básica entre uma ação ordinária e preferencial é que a ordinária dá direito a voto ao acionista, enquanto que a ação preferencial tem prioridade na distribuição de dividendos. Por isso, as ações preferenciais tendem a ter um custo menor que o das ações ordinárias (Modelo de Gordon), porque são menos arriscadas que aquelas quanto ao recebimento de dividendos. Os acionistas preferenciais não exigem uma remuneração, a empresa é que a oferece; no entanto se esta não for satisfatória, provavelmente não comprarão ações da empresa.
Diferentemente dos EUA, onde a ação preferencial é considerada capital de terceiros, sendo sua remuneração fixa e predeterminada; no Brasil, a ação preferencial é considerada capital próprio e sua remuneração variável. A ideia americana de que a ação preferencial é capital de terceiro driva da questão de que o único interesse do acionista é pela liquidez do título e não pela tomada de decisão da empresa (acionista ordinário).

A FORMA DE CÁLCULO DA AÇÃO PREFERENCIAL É:
Rexig = D/P0

EM QUE:
Rexig = Retorno exigido pela ação preferencial
D = Dividendo a ser pago
P0 = Preço da ação preferencial

CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS
O Custo de Capital de Terceiros consiste na taxa de juros sobre o capital de terceiros, menos a redução do imposto proveniente do fato dos juros serem dedutíveis do LAJIR. O custo de capital de terceiros é o retorno que os banqueiros exigem por seus recursos.

CUSTO DE CAPITAL DE TERCEIROS:
J = juros do empréstimo ou financiamento;
Ir = alíquota de Imposto de Renda
Ct = total do capital de terceiros tomado

CUSTO DE CAPITAL MÉDIO PONDERADO
O Custo de Capital Médio Ponderado é a média ponderada dos custos dos componentes capital de terceiros, ações preferenciais e ações ordinárias. O custo de capital médio ponderado reflete o futuro custo médio esperado de fundos da empresa a longo prazo; é encontrado ponderando-se o custo de cada tipo específico de capital por sua proporção na estrutura de capital da empresa.

domingo, 12 de maio de 2013

RISCO E RETORNO




CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Risco e retorno são variáveis básicas da tomada de decisão de investimentos. Genericamente, o risco é uma medida de volatilidade ou incerteza dos retornos, e retorno é a expectativa de receitas de qualquer investimento. Para GITMAN, risco é a possibilidade de prejuízo financeiro. Já para GROPPELLI, o risco é uma medida da volatilidade ou incerteza dos retornos.
Retorno, é o total de ganhos ou de perdas de um proprietário ou aplicador sobre investimentos anteriormente realizados. O retorno é medido como o total de ganhos ou prejuízos dos proprietários decorrentes de um investimento durante um determinado período de tempo.

RELAÇÃO RISCO X RETORNO
Em suma, pode-se definir Risco como o grau de incerteza associado a um investimento. Quanto maior a volatilidade dos retornos de um investimento, maior será o seu risco. Quando dois projetos têm os mesmos retornos esperados, escolhe-se o de menor risco.



w w w . g e s t a o f i n a n c e i r a . c o m Página 5
RETORNO ESPERADO OU TAXA DE RETORNO ESPERADA
Retorno esperado ou Taxa de Retorno Esperada é, de acordo com, a remuneração que os investidores solicitam para manter suas aplicações no ativo considerado. Vale ressaltar que o retorno esperado difere-se do retorno efetivo apenas por se tratar ex-ante, enquanto que o retorno efetivo já foi efetivamente conhecido.
A probabilidade será usada como forma de quantificar o nível de possibilidade de um projeto ter os seus valores projetados correspondidos efetivamente, levando sempre em consideração os cenários projetados para cada um deles.

Exemplo:
Probabilidade Investimento A Investimento B

Cenário 01: Expansão Econômica 0,3 100% 20%
Cenário 02: Estabilidade - Normal 0,4 15% 15%
Cenário 03: Recessão Econômica 0,3 - 70% 10%

Total 1,0

Se multiplicarmos a probabilidade pela taxa de retorno projetada e daí somarmos esse produtos,  teremos então a taxa de retorno esperada ou retorno esperado.

Por exemplo:
Você está prestes a investir ou em uma franquia de sorvetes do Mc Donalds ou em um parque de diversões. Ambos os eventos estão sujeitos ao sucesso em relação às condições climáticas do lugar em que serão instalados.

Cenário 01 0,25 13% 3,25% 7% 1,75%
Cenário 02 0,50 15% 7,50% 15% 7,50%
Cenário 03 0,25 17% 4,25% 23% 5,75%

Total 1,0 15% 15%
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MEDIDAS DE RISCO
Definido o retorno esperado de um projeto ou investimento, o que resta agora é conhecer o grau de risco envolvido. No exemplo anterior, percebe-se que a taxa de retorno esperada para o Investimento A e para o Investimento B é a mesma. Assim, torna-se necessário saber quais dos dois projetos apresentam o menor risco.
Neste caso, as unidades de risco adotadas serão as medidas de dispersão tradicionalmente trabalhadas pela Estatística:
variância, desvio-padrão e coeficiente de variação.

ANÁLISE DE SENSIBILIDADE OU VOLATILIDADE
É a abordagem comportamental que utiliza inúmeros valores possíveis para uma determinada variável, a fim de avaliar o seu impacto no retorno da empresa. Na verdade, preocupa-se em avaliar a discrepância entre os valores mínimos e máximos dos VPL's para os cenários projetados em questão.

DEFINIÇÃO DE CENÁRIOS
Comumente, para fins de análise de risco, é costume traçar cenários através da ponderação das probabilidades dos mesmos ocorrerem. Por exemplo, pode-se definir que a probabilidade de crescimento econômico do país acima de 5% ao ano, para o próximo ano seja de 40%, e assim por diante.

CURVA NORMAL OU DISTRIBUIÇÃO DE GAUSS
A distribuição de probabilidades trabalhada na análise de risco e volatilidade é a PORQUÊ CURVA NORMAL?
A curva normal, também conhecida como a curva em forma de sino, tem uma história bastante longa e está ligada à história da descoberta das probabilidades em matemática, no século XVII, que surgiram para resolver inicialmente questões de apostas de jogos de azar.
O responsável mais direto da curva normal foi Abraham de Moivre, matemático francês exilado na Inglaterra, que a definiu em 1730, dando sequência aos trabalhos de Jacob Bernoulli (teorema ou lei dos grandes números) e de seu sobrinho Nicolaus Bernoulli, matemáticos suícos.
Moivre publicou seus trabalhos em 1733 na obra The doctrine of the chances. O sucesso da descoberta foi rápido e grandes nomes passaram a trabalhar sobre a curva normal, tais como Laplace, que em 1783 a utilizou para descrever a distribuição dos erros, e Gauss, que em 1809 a empregou para analisar dados astronômicos. Inclusive, a curva normal é chamada de distribuição de Gauss.
Hoje em dia, a curva normal é um ganho fundamental em ciência, porque a normalidade ocorre naturalmente em muitas, senão todas as medidas de situações físicas, biológicas e sociais, e é fundamental para a inferência estatística.
Segundo a lei dos grandes números de Bernoulli, em uma situação de eventos casuais, em que as chances de ocorrência são independentes, obter coroa em lances de uma moeda de cara e coroa, tem a probabilidade matemática exata de 50% (porque são somente dois eventos possíveis: cara ou coroa), mas na prática esta probabilidade de 50% é apenas aproximada.
Quanto maior o número de tentativas, mais exata será a aproximação desse valor. Isso quer dizer que os erros (desvios) serão menores na medida em que aumenta o número de lances.
Desvios grandes são raros e desvios pequenos frequentes. Portanto, aumentando as tentativas, aumenta o número de desvios pequenos, prevalecendo cada vez mais sobre os desvios grandes, de tal forma que, no limite, haverá quase somente desvios pequenos, sendo o desvio 0 (zero) o menor deles e, por conseqüência, o mais freqüente.
Dessa forma, os erros se distribuem simetricamente em torno da média, formando uma curva simétrica com o pico na média e caindo suavemente à esquerda (erros que subestimam a média) e à direita (erros que superestimam a média).
Além disso, essa curva simétrica permitiu a Moivre calcular uma medida de dispersão das observações em torno da média, medida esta chamada posteriormente como desvio-padrão.
O nome curva normal, atribuído por Moivre, existe porque a média representa a norma, isto é, todo valor diferente da média é considerado desvio, sendo que todos os valores deveriam ser iguais à média.

Em dois casos, deve ser utilizada a distribuição normal:

• Quando a distribuição da própria população de eventos é normal, ou
• Quando a distribuição da população não for normal, mas o número de casos for grande (Teorema de Bernoulli ou o Teorema do limite central).

Assim, qualquer que seja a distribuição dos seus dados, se houver um número grande de observações, pode-se utilizar a curva normal como uma aproximação adequada para a análise dos dados.

VARIÂNCIA E DESVIO-PADRÃO
Variância é o quadrado dos desvios dos eventos encontrados em relação à média. Utiliza-se a função exponencial (²) para eliminar os efeitos dos sinais negativos (-) e positivos (+) da amostra. Já o Desvio-Padrão é a raiz quadrada da Variância.

O roteiro básico para cálculo da variância e desvio padrão é:

1) Calcule a taxa de retorno esperada;
2) Subtraia a taxa de cada evento da taxa de retorno esperada para calcular os desvios;
3) Eleve cada desvio ao quadrado;
4) Multiplique o resultado pela probabilidade;
5) Somando os produtos, temos a Variância (quadrado do desvio-padrão);
6) Tire a raiz da Variância para encontrar o Desvio-Padrão;
Isso significa, por exemplo que, se a distribuição de probabilidades é normal, o retorno realizado estará dentro de +/- 1 desvio padrão do retorno esperado em 68,26% das vezes.

COEFICIENTE DE VARIAÇÃO
Como resolver para decidir entre dois projetos em que um apresente um retorno esperado mais alto e ao mesmo tempo apresenta um risco maior (desvio-padrão maior)? Para resolver isso, utiliza-se um número que represente o risco por unidade de retorno.
É o coeficiente de variação:

C.V. = Z/Retorno esperado

Exemplo:

O projeto X tem uma taxa de retorno esperada de 60% e um desvio padrão de 15%, enquanto que o projeto Y tem uma taxa de retorno de 8% e um desvio-padrão de apenas 3%.

CVx= 15/60 = 0,25 CVy = 3/8 = 0,375

Ainda sim o projeto Y é mais arriscado, uma vez que o risco por unidade de retorno ainda é maior.

Exercício Exemplo
Determinada empresa estava em dúvida se investia em 03 de seus projetos de expansão.
Ambos eram mutuamente excludentes. A tabela seguir mostra o desempenho de cada projeto frente aos cenários econômicos traçados para o próximo ano:

VPL's
p(n) Proj A Proj B Proj C
Cenário 01 (Pessimista): Recessão Econômica 0,4 150.000 140.000 180.000
Cenário 02 (Realista): Estagnação Econômica 0,4 250.000 280.000 250.000
Cenário 03 (Otimista): Crescimento Econômico 0,2 500.000 380.000 350.000

Determine:

a) O Retorno Esperado de cada projeto;
b) O desvio-padrão de cada um;
c) a Variância de cada um;
d) Indique qual projeto deve ser escolhido.

RISCO DE CARTEIRA
RISCOS DE CARTEIRA: No risco de carteira, o que importa não é o risco inerente à cada ação ou investimento, mas sim o risco relativo à carteira de ações, ativos ou investimentos.
RETORNOS DE CARTEIRA: O retorno esperado de uma carteira é simplesmente a média ponderada dos retornos esperados dos ativos individuais da carteira, sendo que os pesos são a fração do total investido em cada ativo.

Exemplo:

Investimento A - 14%;
Investimento B - 13%;
Investimento C - 20% e;
Investimento D - 18%.

Se se formasse uma carteira de R$ 100.000, com 25% investido em cada investimentos, teríamos :

Ret. Esp. = 0,25x(14%)+0,25x(13%)+0,25x(20%)+0,25x(18%) =
16,25%

EXEMPLO:

Invest. A Invest. B Carteira (a,b)
1991 40% -10% 15%
1992 -10% 40% 15%
1993 35% -5% 15%
1994 -5% 35% 15%
1995 15% 15% 15%
Retorno médio 15% 15% 15%
Desvio-Padrão 22,6% 22,6% -

Obs.: Caso os retornos projetados fossem iguais, as ações ou investimentos seriam perfeitamente correlacionados positivamente (r = +1,0); Logo a diversificação não oferece nenhum benefício de redução de risco, uma vez que o risco da carteira equivale ao risco das ações individualmente.
O exemplo acima citado da inexistência do risco não é encontrado de fato na vida real. Não é possível formar carteiras de ações totalmente sem risco. A diversificação pode reduzir o risco mas não eliminá-lo.

RISCO DIVERSIFICÁVEL E RISCO DE MERCADO
Risco diversificável: é ocasionado por eventos aleatórios, como processos judiciais, greves, programas de marketing mal sucedidos, ganho ou perda de grandes contratos e outros eventos específicos a uma empresa. Como os eventos são aleatórios, alguns eventos ruins de umas empresas serão compensados por eventos positivos de outras empresas.
Risco de Mercado: Parcela do risco que não pode ser eliminada pela diversificação. O risco de mercado tem origens em fatores que afetam sistematicamente a maioria das empresas: guerra, inflação, recessões, taxas de juros altas entre outros.
Importante destacar sobre o papel fundamental que o risco de uma ação pode contribuir para a redução do risco da carteira, ainda que o seu risco isolado seja maior.

CORRELAÇÃO
A correlação é a tendência de duas variáveis a se moverem juntas. O coeficiente de correlação pode variar de -1,0 a +1,0, indicando que as duas variáveis se movimentam para cima e para baixo em perfeita sincronia.
No Microsoft Excel®, a função CORREL determina o grau de correlação existente entre duas variáveis.

DIVERSIFICAÇÃO
A diversificação é a distribuição de um investimento em vários ativos para eliminar parte, mas não a totalidade do risco. Portanto, uma carteira com ativos correlacionados negativamente apresenta, de uma forma geral, menor risco diversificável. À medida que se aumenta o número de ativos na carteira, o desvio-padrão médio da carteira diminui.
Ex.: Moeda – cara x coroa;

Modelo CAPM – Modelo de Precificação de Ativos Financeiros
Quanto maior o risco de um investimento, maior será o seu retorno. No entanto, se os investidores estiverem preocupados principalmente com o risco de carteira ou diversificável, ao invés do risco individual ou de mercado, como será que o grau de risco de uma ação individual deve ser medido?
Portanto, o grau de risco relevante de uma ação individual é a sua contribuição ao grau de risco de uma carteira bem diversificada.

COEFICIENTE BETA
O coeficiente beta é a medida do grau em que os retornos sobre uma dada ação variam com o mercado de ações. Ou seja, o beta visa estudar o comportamento de determinado título em relação ao mercado, definindo assim o índice de risco não-diversificável do investimento. O coeficiente beta é a medida de volatilidade dos retornos de um título com relação aos retornos do mercado como um todo.
Este coeficiente indica a contribuição que o título traz à carteira de mercado, em termos de risco.
Se o coeficiente beta for lastreado pelo IBOVESPA, seu número será de 1,00 acompanhando sistematicamente as variações do IBOVESPA. Sendo assim, o beta mede a volatilidade de uma ação em relação à de uma ação média, que, por definição, tem o beta=1,0. Portanto, o beta se baseia em dados passados, tendo em vista a utilização de dados anteriores para cálculo do índice.
O beta de uma carteira será a média ponderada dos betas das ações individuais das carteiras (multiplicado pela proporção de ação na carteira).
Obs.: O beta é calculado mediante regressão linear de séries históricas dos dois ativos ou investimentos separados.

LMT – Linha de Mercado de Títulos ou SML
Portanto, o risco diversificável pode ser eliminado pela diversificação e o risco sistemático tem seu comportamento comparado com o mercado através do índice beta. Assim, como definir qual o retorno esperado de uma ação ou título? Alguns conceitos antes são necessários para responder essa questão.

TAXA DE RETORNO DO ATIVO LIVRE DO RISCO
A Taxa de retorno livre do risco é aquela cujo retorno esperado seria igual ao retorno efetivo, ou seja, aquela em que não há variância no retorno. Embora teoricamente não seja mais correto afirmar, é como se fosse a taxa mínima de retorno para um ativo sem risco. Poupança e CDI são exemplos clássicos de taxa de retorno livre do risco no Brasil. Nos EUA, é o título do tesouro o parâmetro utilizado.

TAXA DE RETORNO DO MERCADO
É a taxa de retorno auferida, na média, pelo mercado. No Brasil, pode-se considerar o IBOVESPA ou IBX como parâmetros. Assim, para a definição de qual o retorno esperado em um investimento, utiliza-se a seguinte fórmula:

Resp = Rlivre + (8 x (Rmerc - Rlivre))

Em que:

Resp = Retorno esperado do título ou ação
Rlivre = Retorno livre do risco
8 = Índice beta do título ou ação
Rmerc = Retorno de mercado

Concluindo: Qual o real objetivo da Linha de Mercado dos Títulos na administração financeira?

domingo, 5 de maio de 2013

ASPECTOS SOBRE CONFLITOS E NEGOCIAÇÃO




CONFLITO:
O conflito surge quando há a necessidade de escolha entre situações que podem ser consideradas incompatíveis.
Todas as situações de conflito são antagônicas e perturbam a ação ou a tomada de decisão por parte da pessoa ou de grupos. Trata-se de um fenômeno subjetivo, muitas vezes inconsciente ou de difícil percepção. As situações de conflito podem ser resultado da concorrência de respostas incompatíveis, ou seja, um choque de motivos, ou informações desencontradas.
Kurt Lewin define o conflito no indivíduo como "a convergência de forças de sentidos opostos e igual intensidade, que surge quando existe atração por duas valências positivas, mas opostas (desejo de assistir a uma peça de teatro e a um filme exibidos no mesmo horário e em locais diferentes); ou duas valências negativas (enfrentar uma operação ou ter o estado de saúde agravado); ou uma positiva e outra negativa, ambas na mesma direção (desejo de pedir aumento salarial e medo de ser demitido por isso)".
Salvatore Maddi classifica as teorias da personalidade segundo três modelos, um dos quais o de conflito. Esse modelo supõe que a pessoa esteja permanentemente envolvida pelo choque de duas grandes forças antagônicas, "que podem ser exteriores ao indivíduo (conflito entre indivíduo e sociedade) ou intrapsíquicas (forças conflitantes do interior do indivíduo que se dão, por exemplo, entre os impulsos de separação, individuação e autonomia e os impulsos de integração, comunhão e submissão)".
O conflito, no entanto, pode ter efeitos positivos, em certos casos e circunstâncias, como fator motivacional da atividade criadora.
O conflito em algumas escolas da sociologia é enxergado como o desequilíbrio de forças do sistema social que deveria estar em repouso, isto é, equilibrado, quanto à forças que o compõe. Segundo esta teoria, não se enxerga mais o grupo como uma relação harmônica entre órgãos, não suscetíveis de interferência externa.
Os conflitos, para ter uma solução pacífica, devem ter todos os meios possíveis de negociação de controvérsias, estas, precisam ser executadas com diplomacia, bons ofícios, arbitragem e conciliação.
Como se observa, a existência de conflitos pode ser prejudicial às pessoas e às equipes, mas também podem ser benéficos, conforme a situação e conforme a maneira como eles são tratados. Na área de elaboração e gestão de projetos, que geralmente é feito por uma equipe, não há como desconsiderar a importância do reconhecimento e do tratamento dos conflitos.

NEGOCIAÇÃO:
Toda negociação tem um ou mais objetivos e estes objetivos podem ser categorizados como ideais, realistas e prioritários. Os objetivos ideais são aqueles que poderiam ser concretizados caso o lado oposto da negociação estivesse de acordo com o que é pedido. Ambas as partes da negociação podem oferecer resistência aos objetivos realistas de uma das partes e através de negociações exaustivas busca-se atingir um consenso sobre as prioridades de ambos os lados.
As negociações acontecem no momento em que as partes envolvidas estejam dispostas a realizar uma troca, ela acontece o tempo todo em torno deste princípio, de acordo com a regra de que é preciso dar poder antes de receber. O seu ponto chave está nas concessões, e na premissa de que ambas as partes devem obter vantagens delas.
Alguns termos classificam os resultados das negociações, que podem ser ganha/ganha, ou perde/perde. Parte-se do principio de que em nenhuma negociação perde/ganha há uma vitória propriamente dita.
Um dos fatores críticos de sucesso para o bom resultado de uma negociação é que ambas as partes tenham bem definidas os objetivos realmente necessários dos que são resultados de um desejo e portanto objetivos pessoais. Os adversários devem se perguntar o que realmente é um objetivo que guiará o objetivo comum e quais que se não obtidos não influenciariam, ou influenciariam pouco no resultado final buscado pelo grupo.


Ainda,  temos a definição de vários autores sobre a negociação:
·       "Negociação é o uso da informação e do poder com o fim de influenciar o comportamento dentro de uma rede de tensão". (Cohen, 1980)
·       "Negociação é um processo que pode afetar profundamente qualquer tipo de relacionamento humano e produzir benefícios duradouros para todos os participantes". (Nierenberg, 1981)
·       "Negociação é um processo de comunicação bilateral, com o objetivo de se chegar a uma decisão conjunta". (Fisher e Ury, 1985)
·       "Negociação implica caracteristicamente uma troca de dar e receber entre negociador e o oponente, que tentam chegar a uma conclusão agradável ou aceitável no ajuste de um problema ou disputa". (Sparks, 1992)
·       "Negociação é o processo de comunicação com o propósito de atingir um acordo sustentável sobre diferentes idéias e necessidades". (Acuff, 1993)
·       "Negociação é um processo no qual as partes se direcionam de suas posições divergentes para um ponto em que se possa alcançar um acordo". (Steele, Murphy e Russill, 1995)
·       "Negociação é uma atividade que envolve um elemento de negócio ou barganha, que permite que ambas as partes alcancem um resultado satisfatório". (Hodgson, 1996)
·       "Negociação é um conceito em contínua formação que está amplamente relacionado à satisfação de ambos os lados". (Scare e Martinelli, 2001)
·       "Negociação é uma troca de convencimentos, onde uma parte persuade a outra apresentando os benefícios mais relevantes em relação ao ponto de vista defendido". (Paulo Ricardo Mariotini, 2010).
Do exposto acima, nas várias definições de negociação, se observa que o assunto é bastante importante na vida das pessoas e das organizações, nas diversas situações que se apresentam no dia-a-dia. Desta forma, alertamos o aluno, que o assunto deveria ser tratado com tal importância, que não só direcionado ou focado para a área empresarial, no caso em pauta, elaboração e gestão de projetos, mas sim, para seu uso pessoal, familiar, profissional, etc.

ORIGEM DOS CONFLITOS
Um conflito é inevitável e dele se pode tirar proveito, se bem conduzido. Ele permite obter novas informações e alternativas, desenvolver melhores soluções para os problemas e construir novas formas de uma equipe atuar conjuntamente em prol dos objetivos desta equipe.
A seguir, ainda segundo os autores veremos as fontes de conflitos em um projeto e como lidar com elas. De antemão, é importante saber que os conflitos podem surgir entre os membros de uma equipe, com o próprio gestor (ou gerente) do projeto e até mesmo com o cliente de um projeto. Abaixo, citam-se as fontes possíveis de conflitos:

ESCOPO DO TRABALHO:
Os conflitos podem ser motivados por diferenças de opiniões sobre como o trabalho deve ser feito, sobre as metas envolvidas (quanto do trabalho) ou sobre a qualidade (nível ou especificação).
Sendo o escopo uma das questões iniciais (e vitais) a serem definidas em um projeto, e se ocorrerem conflitos relacionados a ele (escopo), certamente o desenvolvimento do projeto será altamente problemático, com altos riscos de os objetivos não serem alcançados.

ATRIBUIÇÕES DE RECURSOS:
As pessoas que são designadas para uma certa tarefa, poderão não aceitar as mesmas (não aderirem) e também poderão reclamar sobre os recursos disponibilizados a elas, para a realização desta tarefas. Por exemplo, podemos citar os recursos humanos, os financeiros, a tecnologia e a infra-estrutura (prédios, comunicações, etc.)

CRONOGRAMA:
Pessoas podem divergir sobre o tempo total de uma certa tarefa ou conjunto de tarefas e também podem divergir sobre a sequencia das mesmas. A divergência pode ocorrer entre os membros da equipe, entre a equipe e o gestor de projeto e até mesmo envolvendo o cliente.
Este conflito ou problema ocorre com certa frequência, não necessariamente na fase de contratação em que o valor deve ser acertado entre as partes. Mas pode ocorrer durante o desenvolvimento do projeto, em que um atraso no mesmo pode provocar custos adicionais. A questão pode ser: quem arcaria com estes custos? Evidentemente, que este possível conflito pode ser eliminado ou amenizado, mediante um contrato bem detalhado entre as partes, ainda que mesmo com um bom contrato, fatos imprevistos podem ocorrer e gerar este conflito.

PRIORIDADES:
Pode ocorre esta situação, quando pessoas são designadas para mais de uma tarefa simultaneamente, em que devem decidir qual a prioridade de atuação. Também pode ocorrer quando várias pessoas disputam um certo recurso necessário a certas tarefas. Por exemplo, a utilização de um veículo, de pessoas necessárias a uma tarefa, etc.

QUESTÕES ORGANIZACIONAIS:
Esta variável apresenta também a possibilidade de um conflito na equipe, pois as pessoas podem divergir sobre os procedimentos, métodos e técnicas de trabalho para atingirem certas tarefas ou metas do projeto. Fonte possível nesta variável também pode ser a falta de comunicação (e o conjunto ou a qualidade das informações) entre a equipe ou envolvendo o gerente do projeto. Também, o estilo de liderança do gestor pode influenciar para que a comunicação e a gestão de informações seja falha e gere divergências.

DIFERENÇAS PESSOAIS:
Preconceitos ou diferenças de valores e atitudes pessoais, neste caso, podem gerar conflitos na condução do projeto, prejudicando sobremaneira os resultados a serem obtidos no mesmo. Neste caso, a equipe na fase inicial de montagem deveria realizar exercícios de reconhecimento destas diferenças, no sentido de obter-se o respeito às estas diferenças, bem como uma certa harmonia no grupo.

GESTÃO DE CONFLITOS
As pessoas quando estão vivenciando um certo conflito, agem de acordo com alguns padrões de comportamento.

EVITANDO OU CONCORDANDO:
As pessoas nesta situação se retratam para evitar um desacordo real ou em potencial, no entanto, esta atitude pode gerar logo adiante, a uma situação de real conflito e grandes prejuízos para a condução do projeto.

COMPETINDO OU COAGINDO:
As pessoas entendem um conflito como um processo em que um ganha e o outro perde. Ganhar é mais importante do que o resultado para ambas as partes e esta pessoa tenta controlar exercendo autoridade e pressão constante sobre a outra.
Acomodando ou conciliando-se:
Neste caso, as pessoas envolvidas buscam áreas de “acomodação” no contexto do conflito, provocando uma diminuição do valor de ocorrer a discussão das diferenças. Assim, certos assuntos serão “proibidos” de serem abordados e esta forma de abordagem das pessoas prioriza o valor dado á relação entre as pessoas, em relação à resolução da questão em si. Embora o conflito possa ser amenizado e a situação ser suportável, a questão não fica resolvida.

FAZENDO CONCESSÕES:
Os membros da equipe, neste caso, procuram uma posição intermediária, com o objetivo de alcançarem uma solução que propicie algum ganho ou satisfação para as partes envolvidas. Também, nesta abordagem, a solução pode não ser a ideal para o projeto, mas de certa forma “acomoda” o conflito ou a divergência sobre algo (meta, processo, etc).

COLABORAÇÃO, CONFRONTAÇÃO OU RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS:
Esta é a abordagem que as pessoas fazem em conflitos que pode gerar os melhores resultados para todos envolvidos, bem como os resultados a serem alcançados pelo grupo. O problema é enfrentado com coragem, de forma direta e de forma que se possa chegar a um resultado em que todos saiam ganhando. Cada pessoa deve abordar a situação conflituosa com uma atitude construtiva e com estímulo original da boa-fé com os demais. As diferenças são trabalhadas e concessões são feitas (cada um se dispõe a mudar ou redefinir sua posição e opinião) e isto só pode ocorrer, se houver um ambiente saudável. Naturalmente que este ambiente saudável e propício a este encaminhamento deverá ter a participação efetiva do gestor do projeto, na qualidade de um verdadeiro líder, com a também participação efetiva dos envolvidos no conflito, com o mesmo espírito de colaboração e participação.
Neste contexto de abertura das pessoas umas com as outras, de forma gentil, honesta e sincera, pode ocorrer aumento das diferenças entre os membros, onde estas diferenças se transformariam em argumentos emocionais. Aqui, portanto, cabe um equilíbrio emocional das pessoas, pois se de um lado, excesso de emoção pode provocar um distúrbio para o alcance da eliminação do conflito, por outro lado, ausência de emoção pode também diminuir este processo de comprometimento de alcance da solução do desentendimento.