INTRODUÇÃO
Para
a realização do içamento seguro de peças durante a montagem, será necessário
conhecer-se todas as cargas e esforços envolvidos. A determinação das cargas é
útil não só para o dimensionamento do equipamento principal, como também para
garantir que todos os elementos constituintes da operação estejam dentro de
seus limites de resistência. Por vezes são utilizadas verdadeiras estruturas
auxiliares para se promover uma operação segura de içamento. Como visto no
capítulo 3, para que sejam dimensionados os guindastes ou as gruas, será
necessária a determinação da carga a ser suspensa, assim como o cálculo do
peso dos acessórios de içamento.
CÁLCULO
DA CARGA
Conforme
procedimento apresentado no capítulo anterior, deve-se calcular as cargas
líquida e bruta a serem içadas em cada operação. A carga líquida, ou seja, o
peso da peça a ser içada, pode ser obtido de duas formas:
a)
Consultando-se as listas de material constantes nos desenhos de detalhamento
da estrutura e lá localizando o peso calculado da peça em questão, ou
b)
Calculando-se o peso a partir de cada elemento constituinte da peça.
No
primeiro caso, corre-se o risco de adotar no próprio plano de montagem informação
obtida de terceiros. O peso constante dos desenhos é obtido para a compra de
materiais ou para a quantificação da obra, para obtenção de seu peso global.
Este cálculo pode apresentar erros perigosos para o sucesso da montagem, caso
subestimem o peso de alguma peça importante para a determinação final do
equipamento, por exemplo. Ao se adotar os pesos de desenhos, deve-se ter uma
expectativa de resultado para se avaliar a ordem de grandeza dos valores
obtidos.
Na
segunda hipótese, o próprio responsável pelo plano de içamento se encarrega do
cálculo do peso das peças. O cálculo pode ser bastante simples, nas peças
básicas como vigas constituídas de um perfil de alma cheia; ou pode se tornar
bastante complexo como no caso de grandes treliças. Nos dois casos o peso é
obtido pela multiplicação do comprimento de cada perfil pelo seu peso por
metro.
CÁLCULO
DO CENTRO DE GRAVIDADE
A
determinação do centro de gravidade é de suma importância para o içamento de peças.
Sabe-se que o centro de gravidade dos corpos tende a colocar-se o mais baixo
possível. Calcular-se o Centro de Gravidade de uma peça significa determinar a
sua posição exata. A determinação do CG da peça será útil para a realização de
um içamento estável. Nas peças simétricas, o CG encontra-se no centro geométrico,
no eixo de simetria. Existe uma tendência natural de alinhamento entre o
gancho do guindaste e o centro de gravidade da peça içada, em uma mesma prumada
vertical. Caso sejam dois cabos, o CG da peça ficará alinhado naturalmente com
a resultante dos cabos, que coincide com o gancho.
Antes
de se levantar a peça do solo, o CG da peça deverá estar alinhado com o gancho
do guindaste. Caso contrário, a peça se deslocará lateralmente assim que
descolar do solo, iniciando movimento pendular até estabilizar o CG na mesma
prumada do gancho do equipamento. Este movimento é perigoso pois pode provocar
choques da peça contra o próprio equipamento ou mesmo contra o pessoal
envolvido.
Todo
içamento deve ser o mais estável possível, ou seja, antes que a peça descole do
solo até a sua posição final na estrutura, devem ser evitados choques e
movimentos bruscos, tanto laterais quanto verticalmente. Isto quer dizer que o
sistema guindaste-peça deve ser estático o quanto possível, preservando a
segurança da operação.
O
modo mais fácil de se determinar à posição do centro de gravidade das peças é
escolhendo a figura geométrica a qual elas mais se assemelham. Por exemplo,
uma tesoura de cobertura se assemelha a um triângulo isóscele. Sabe-se que o
CG do triângulo se encontra no seu eixo de simetria a um terço da altura. Caso
as peças que compõem a tesoura sejam de mesma ordem de grandeza, ou seja, a corda
inferior compatível com a superior, e as diagonais e montantes iguais nas duas
metades, pode-se afirmar com razoável aproximação que o CG está no seu eixo de
simetria a um terço da altura.
Por
outro lado, a peça poderá ser composta por mais de uma figura geométrica
conhecida.
ACESSÓRIOS
DE IÇAMENTO
Para
o içamento de peças são necessários diversos acessórios. A operação de montagem
se apresenta como o ato de dependurar peças no gancho do equipamento por meio
de elementos esbeltos dotados de grande resistência à tração como cabos de
aço, correntes e cintas.
Para
que a peça seja levantada do solo é necessário que se fixe firmemente o cabo de
aço ou outro acessório tanto ao gancho do equipamento quanto na peça. A seguir,
o guindaste irá levantar o gancho, que tracionará o cabo, e este içará a peça
do solo.
Feito
o cálculo do peso da peça a ser içada, deve-se determinar os acessórios necessários,
e calcular seu peso. Pode-se dividir estes acessórios em três tipos:
•
Acessórios de içamento (rigging)
•
Acessórios do equipamento
•
Estruturas auxiliares de içamento
Estes
três itens, se presentes, devem ser somados ao peso da peça para a determinação
da carga bruta a ser içada:
Acessórios
de içamento (rigging) - Como acessórios de içamento entende-se os cabos de aço,
manilhas, clipes, olhais e outros itens que promovem a interligação entre a
peça e os outros aparatos de içamento.
Os
acessórios apresentados a seguir se prestam principalmente a promover a união
segura entre o equipamento e a peça. Esta união deve apresentar algumas
características principais:
a) serem capazes de resistir aos esforços de
içamento com uma margem de segurança;
b) serem desmontáveis;
c) serem seguras
quanto a choques laterais;
d) permitirem certos graus de liberdade.
São
exemplos:
a) Laços
de Cabos de aço (estropos)- utilizados para içamento de peças;
b) Cintas de material sintético - utilizadas para
içamento de peças;
c) Correntes – utilizadas para içamento de peças;
d) Clipes - Utilizados para fazer um laço na
extremidade de cabos de aço;
e) Sapatilhas – para proteção de laços de cabos
de aço;
f) Manilhas – Utilizadas para promover a união de
laços dos cabos com olhais das peças permitindo fácil desmontagem;
g) Patolas – utilizadas para o içamento de peças.
São instaladas na extremidade de correntes e contam apenas com o atrito entre
as superfícies da peça e o aço da patola. Não devem ser utilizadas na montagem
de estruturas;
h) Esticadores – Utilizados para esticamento de
cabos, em estais e travamentos;
•
Patescas e catarinas – são roldanas dotadas de ganchos utilizadas para passagem
de cabos de aço em mudanças de direção e suspensão de cargas;
•
Olhal de suspensão – utilizados para fixação de manilhas nas peças da estrutura;
•
Cordas de sisal – utilizadas para içamento de pequenas peças, travamentos
provisórios e contensão de peças suspensas.
Acessórios
do equipamento – São os acessórios dos próprios guindastes que são necessários
para o içamento, dependendo da situação e do equipamento e das especificações técnicas
de cada fabricante. Os pesos destes acessórios devem ser somados à carga
líquida. O acessório mais comum a ter seu peso considerado na carga bruta é o
moitão. O moitão, que é o bloco de roldanas, é responsável pela redução da
carga a ser aplicada ao guincho do guindaste e pelo içamento propriamente
dito. O gancho de içamento é parte do moitão e está ligado a ele na parte
inferior. O valor do peso do moitão não está a priori descontado nas tabelas
de capacidade do equipamento, pois cada guindaste possui mais de um tipo de
moitão.
Outro
acessório comum é o “jib”, que é uma extensão da lança principal, interligado
na sua extremidade através de uma ligação articulada. O peso esférico, o cabo
de aço ou outros tipos de extensão da lança podem ter seus pesos acrescidos à
peça. Os fabricantes fornecerão seus pesos nos manuais dos equipamentos,
esclarecendo se devem ou não terem seus pesos acrescidos à carga.
Estruturas auxiliares
de içamento – São estruturas auxiliares utilizadas para distribuir as cargas em
pontos determinados, modificar o ângulo de pega e determinar o valor da carga
em cada linha de içamento. São exemplos as vigas espaçadoras, equalizadoras,
balancins, contensões laterais entre outros.
As
vigas espaçadoras são normalmente utilizadas para suportar cargas longas
durante o içamento. Elas eliminam o risco de tombamento da carga, seu deslizamento
ou flexão, bem como a possibilidade de ocorrência de reduzidos ângulos dos
cabos e também a tendência dos cabos esmagarem a carga. Em içamentos de
cargas verticais que se encontram na horizontal, auxiliam também a transição de
ângulos dos cabos em relação à carga. Outra vantagem é manter verticais os
cabos de lingada à peça, o que elimina forças componentes de compressão na
horizontal que podem ser perigosas em peças esbeltas.
As
vigas equalizadoras são utilizadas para igualar a carga nas duas pernas de cabo
e para manter cargas iguais em operações com dois guindastes em içamentos em
tandem. Caso a viga fique inclinada, as cargas nos dois guindastes não mudará.
É possível que se queira içar uma carga com dois guindastes de diferentes
capacidades. Neste caso, à distância da carga para as extremidades será
diferente: menor para o guindaste de maior capacidade e maior para o de menor
capacidade.
A
principal diferença entre as vigas equalizadoras e as espaçadoras, é que nas
primeiras o esforço principal é de flexo-compressão e nas segundas, predomina
a compressão axial. Os balancins são um caso particular das vigas
equalizadoras, no qual existem dois pontos de içamento da carga e somente um
guindaste.
Ambos
os tipos de vigas são fabricados para um determinado içamento. Se uma viga não
foi projetada para um determinado içamento, deve-se verificar se largura,
profundidade, comprimento e material são adequados.
A
capacidade das vigas com múltiplos pontos de içamento depende da distância entre
estes. Por exemplo, se à distância entre os pontos de pega é dobrada, a
capacidade da viga será reduzida.
As
contensões laterais são estruturas auxiliares utilizadas para preservar a
integridade da peça durante o içamento. Isto ocorre sempre que a operação submeter
à peça a esforços inaceitáveis, que causariam algum dano ou colapso.
COMPOSIÇÃO
DE FORÇAS
Conforme
já mencionado, o sistema peça-guindaste deve estar em equilíbrio e constituir
um conjunto em equilíbrio estático, ou seja, o somatório das forças exercidas
deve ser nulo. Isto vale para o gancho do guindaste, que deve estar em
equilíbrio, e também para a peça. Na figura abaixo, o sistema constituído pelos
cabos de aço de suspensão, a peça e o gancho do equipamento deve possuir
somatório de forças igual a zero. A determinação dos valores das forças de
tração nos cabos é necessária para o dimensionamento dos mesmos.
As
forças de tração C nos cabos de aço são decompostas em duas componentes Rv
verticais orientadas para baixo, que equilibram a força vertical P exercida
pelo gancho do guindaste em sentido oposto.
Com
este valor de C, procura-se, nas tabelas de dimensionamento dos fabricantes na
coluna de simples vertical, o diâmetro adequado para resistir à carga. Também
a manilha e o olhal serão dimensionados com este valor.
No
caso, consultando as tabelas do anexo final, resultará:
•
Diâmetro dos cabos de aço: ½”;
•
Diâmetro de cada manilha: ¾”;
•
Diâmetro dos olhais de suspensão: 1 1/4” .
Observação:
logicamente os acessórios devem ser dimensionados para o pior caso de cada
obra, exceção feita para as peças que exigirem um içamento diferente, que serão
objeto de estudo particular.
As
forças de tração C nos cabos de aço são decompostas também em duas componentes
horizontais Rh orientadas em sentidos opostos, que se equilibram entre si.
Estas componentes resultam em uma força de compressão de igual valor aplicada
à peça entre os pontos de lingada. Tal força de compressão deverá ser levada em
consideração na verificação da estabilidade da peça durante o içamento.
Quanto
maior o ângulo A da figura, maior será o esforço exercido nos cabos de aço.
Portanto, o ângulo ótimo será este, no qual os cabos formam um ângulo de 60º
entre si, descrevendo um triângulo eqüilátero com a peça. Ângulos menores
levam a esforços menores, e ângulos maiores, a valores maiores dos esforços
nos cabos de aço.
Atentar
nas tabelas de dimensionamento de cabos dos fabricantes se os ângulos entre
cabos estão indicados em relação ao plano horizontal, entre os cabos ou ainda
entre cada cabo e a vertical. Conforme a posição do ângulo, as considerações
são totalmente diversas.
Existem
outras formas de lingadas, ou seja, de interligação de cabos ou cintas com o
objetivo de realizar o içamento de peças. Uma das mais comuns é a lingada
enforcada ou “chocker”:
Esta
lingada pode ser feita com um ou dois cabos, com a característica de se evitar
a instalação de olhais e manilhas para a fixação na peça. Por isso, é
rapidamente executada no canteiro e será indicada para peças menores, com peso
máximo indicativo de 6t. O ideal para preservar a durabilidade dos cabos
enforcados é se utilizarem quebra-quinas nas arestas vivas da peça, de forma a
minimizar as tensões localizadas. O pessoal de campo deve ser orientado a não
golpear o laço de forma a aproximar o mesmo da peça. Este procedimento também
ocasiona tensões localizadas no cabo, pelo aumento do ângulo central. A carga
admissível no cabo enforcado se reduz a aproximadamente 70% da simples vertical
com cabo singelo.
No
exemplo acima, se fossem utilizadas duas lingadas enforcadas, as manilhas e os
olhais seriam dispensados e os cabos passariam a um diâmetro de 5/8”.
ROLDANAS
E REDUÇÃO DE CARGAS
A
vantagem mecânica de uma máquina é o fator pelo qual a máquina multiplica a
força aplicada nela com o objetivo de içar ou mover uma carga. No caso em
estudo, a máquina será uma polia ou combinação de várias polias. Existem dois
tipos de polias: as fixas e as móveis. Como exemplo de polias fixas temos o
grupo localizado na ponta da lança dos guindastes. O moitão ou cardenal
representa um exemplo de bloco de polias móveis. As polias fixas não possuem
outra função senão de mudança da direção dos cabos. As polias do bloco móvel
criam uma vantagem mecânica de 2:1 em cada uma, sem se levarem em consideração
as perdas por atrito, que reduzem a vantagem mecânica.
Esta
característica promove grande redução na potência dos guinchos dos equipamentos,
ou por outro lado, possibilitam o içamento de grandes cargas com diâmetros de
cabos de aço relativamente reduzidos.
Além
da redução da carga, na utilização de blocos de polias ocorre uma redução da velocidade
de içamento proporcional a vantagem mecânica. Esta característica será sempre
positiva, pois quanto mais pesada for a carga, maior o número de polias e
menor a velocidade de deslocamento, evitando-se as cargas dinâmicas. Caso a
peça a ser içada seja relativamente leve, o número de polias poderá ser
reduzido, agilizando-se as operações de içamento. Existem guindastes que
operam tanto com o moitão quanto com o cabo singelo com peso esférico. Cabe ao
engenheiro determinar qual será o bloco de moitão a ser utilizado em cada obra,
quais peças deverão ser içadas por este moitão e quais serão içadas pelo cabo
singelo.
Também
as gruas de torre utilizam jogos de roldanas para o içamento das cargas. As
configurações mais comuns são as que utilizam duas ou quatro linhas de
içamento, com blocos móveis de duas polias.
A
vantagem mecânica também é aplicada nos mecanismos de levantamento das lanças
dos guindastes treliçados, a partir do cavalete.
Quando
se deseja mover uma carga horizontalmente sobre o solo, também será vantajosa
a utilização de jogos de roldanas para redução da carga e da velocidade, como
no lançamento de pontes onde a força de tração for proporcionada por guincho.
Freqüentemente
o guincho será posicionado à ré da ponte, e o cabo ao sair do guincho passará
sob a ponte e alcançará uma polia fixa na margem oposta, daí voltando para uma
polia móvel presa à ponte, e desta retornando para a margem oposta onde será
firmemente ancorada. Caso o guincho esteja na margem oposta, as polias fixa e
móvel continuam como no caso anterior, mudando-se além o guincho a margem de
ancoragem do cabo.
CONSIDERAÇÕES SOBRE IÇAMENTO DE PEÇAS
Toda
peça deve estabilizar, ao ser suspensa, na posição que ocupará na estrutura.
Por isso, o içamento e o deslocamento das peças suspensas sempre serão feitos
de forma a garantir a estabilidade do conjunto. A partir do momento que uma
peça está suspensa por um guindaste, ambos formam um sistema estrutural
submetido a cargas estáticas e dinâmicas. As cargas estáticas são de fácil
determinação e são utilizadas na especificação dos elementos do sistema. As
cargas dinâmicas são levadas em consideração com a aplicação de margens de
segurança. Mas não por isso se deve abandonar a condição ideal de operação, na
qual se evita de todas as formas a ocorrência de impactos e forças laterais.
No
caso de edifícios de múltiplos andares, as colunas devem estabilizar na
vertical e as vigas na horizontal. Normalmente as peças das estruturas possuem
uma dimensão preponderante. Por exemplo, no caso de uma coluna de edifício,
teremos um perfil de grande comprimento com largura e profundidade de pequenas
dimensões. No armazenamento das peças sobre o solo, esta dimensão preponderante
estará na horizontal, que é a sua posição mais estável, frente à força da
gravidade. No caso particular das colunas, esta posição horizontal é diversa
daquela que a peça ocupará na estrutura, que é a vertical. Do ponto de vista
da segurança, o içamento de colunas é mais arriscado que o de vigas, pois as
colunas devem sofrer uma rotação de 90º, da posição de repouso (horizontal)
para a posição final na estrutura (vertical). O içamento das vigas será feito
sem a necessidade de rotação, pois serão deslocadas no espaço (translação) sem
mudarem seu eixo longitudinal de posição em relação ao horizonte.
Os
ganchos dos equipamentos permitem giros de 360° em torno de um eixo vertical
que passa por eles. Peças içadas na vertical não apresentam problema de girarem
segundo o eixo vertical. No caso de peças horizontais, este grau de liberdade
possui uma limitação: a peça ao girar poderá se chocar com algum obstáculo,
como por exemplo outras peças já montadas, com o próprio equipamento ou mesmo
com edificações vizinhas. O ideal é se realizar o içamento de peças horizontais
(vigas) com a mesma face voltada para o equipamento, desde a posição de
repouso sobre o solo até a posição final na estrutura. Isto poderá exigir um
estudo prévio sobre a posição em que a peça deva ser descarregada sobre o solo,
ou mesmo a posição relativa do equipamento e da estrutura. Em princípio,
qualquer manuseio da peça é oneroso e deve ser reduzido ao mínimo, ou seja:
sua descarga do meio de transporte para o solo e depois seu içamento do solo
para sua posição final na estrutura. Algumas vezes outros transbordos serão
inevitáveis; outras, serão quase impossíveis.
Em
algumas ocasiões pode ser necessário ou até mesmo desejável que a peça seja
içada inclinada, como por exemplo:
Neste
caso os cabos terão comprimentos diferentes para possibilitar a inclinação.
Outro detalhe característico deste tipo de içamento é a sobrecarga de um cabo
até que o outro seja tracionado. Assim:
As
peças de duas dimensões preponderantes devem ser içadas por um ou dois cabos.
Por ex.:
As
peças tridimensionais devem ser içadas com 3 ou 4 cabos. Deve-se calcular o
içamento, entretanto, como se estivesse sendo realizado com apenas dois cabos,
pois pequenas diferenças de comprimento e conexão podem aliviar até dois
cabos. Ex.:
EXEMPLOS:
a)
Seja uma viga V1 – VE350X35 – 6.560mm de comprimento, sem nenhum detalhe de
ligação.
Vem:
Peso
total = 6,56m X 35,00 kg/m = 229,6 kg 230 kg
b)
Admita uma viga V2 – W530X92 – 10.323mm de comprimento, com duas cantoneiras de
ligação L76X76X8 com 400mm de comprimento em cada extremidade.
Vem:
Peso
do perfil principal = 10,323m X 92,00 kg/m = 949,7 kg e mais:
Peso
das cantoneiras = 2 X 2 X 0,40m X 9,07 kg/m = 14,5 kg.
Peso
total = 949,7 + 14,5 = 964,2 kg = 965 kg
c)
Seja por exemplo uma coluna C1 – W360X110, cujas partes constam da tabela
abaixo:
d)
Considerar a Viga V2 do exemplo anterior: peso da peça = 965 Kg
Primeiramente
pré-dimensiona-se os cabos de aço: na tabela XXX para o par de estropos a 60º,
temos a capacidade de 2060kg para o diâmetro de ½ “.
•
Cabos de aço - Peso aproximado: 0,7kg/m x 4m x 2 6kg.
•
Manilhas de união – Diâmetro 3/4” . Capacidade = 2.450kg Peso: 2 x 1,0kg = 2kg.
•
Olhais de suspensão fabricados em chapa – usar chapa de 19mm de espessura –
área = 0,2m x 0,2m x 2 x 149kg/m² =12kg.
•
Moitão do guindaste = 190kg (conforme modelo).
Carga
total = 965+6+2+12+190= 1175kg. Indo novamente com este valor à tabela correspondente
do anexo final, confirmam-se os cabos de ½” de diâmetro.
No
exemplo acima se optou pela utilização de olhais se suspensão feitos em chapa
de aço soldados a mesa superior da viga. Isto nem sempre é necessário, além de
ser pouco prático quando se levar em conta a grande quantidade de vigas em uma
obra de edifício, por exemplo.
Marca
|
Material
|
Comprimento
(mm)
|
Largura
(mm)
|
Quantidade
(UN)
|
Área
(m²)
|
Peso
unitário
(Kg)
|
Peso
Total
(Kg)
|
1a
|
W360X110
– Perfil principal
|
10.238
|
-
|
01
|
-
|
110,00
|
1.126,18
|
1b
|
Chapa
22,2mm
|
400
|
500
|
01
|
0,200
|
175,84
|
35,17
|
1c
|
Chapa
6,3mm
|
100
|
145
|
02
|
0,029
|
49,39
|
1,43
|
1d
|
Chapa
12,5mm
|
122
|
320
|
03
|
0,117
|
98,00
|
11,47
|
1e
|
Chapa
12,5mm
|
122
|
320
|
05
|
0,195
|
98,00
|
19,11
|
1f
|
Chapa
8,0mm
|
122
|
320
|
02
|
0,078
|
62,72
|
4,89
|
1h
|
Chapa
8,0mm
|
122
|
320
|
02
|
0,078
|
62,72
|
4,89
|
1k
|
Chapa
8,0mm
|
100
|
295
|
03
|
0,089
|
62,72
|
5,55
|
1m
|
Chapa
6,3mm
|
100
|
220
|
06
|
0,132
|
49,39
|
6,52
|
TOTAL
|
1.215,25
|