A
CONTABILIDADE GERAL E A CONTABILIDADE DE CUSTOS
Uma das principais
missões da contabilidade é proporcionar informações adequadas e sistemáticas
dos fenômenos patrimoniais (fatos contábeis) ocorridos nas células sociais,
conhecidas como empresas ou entidades.
Entre as muitas
especializações da contabilidade é possível classificá-la em contabilidade
geral (financeira ou fiscal) e contabilidade gerencial (inclusa nesta a
contabilidade de custos).
Disto, que aborda a
idéia discutida, no sentido de apresentar a entidade um sistema contábil capaz
de cumprir as exigências legais (Contabilidade Geral/Financeira) e ainda anular
as necessidades informativas dos usuários (internos e externo), gerando
informações de ordem gerencial ou gestorial.
CAIXA
DE ENTRADA (dados)
ü sistema
de faturamento;
ü sistema
de contas a receber;
ü sistema
de contas a pagar;
ü sistema
de pessoal;
ü sistema
de controle de estoques;
ü sistema
de acionistas;
ü sistema
de contas bancárias;
ü sistema
orçamentário;
ü sistema
patrimonial;
ü sistema
de compras;
ü sistema
de Contabilidade;
ü sistema
de desconto bancários;
ü sistema
de custos;
ü sistema
de emissão de livros obrigatórios;
ü sistema
de controle de créditos e débitos; outros.
ü Relatórios
contábeis.
A contabilidade geral engloba
todos os fatos ocorridos na entidade e prepara informações tanto para o âmbito
interno (administradores, diretores, gerentes etc.) quanto externo à entidade
(acionistas, governos, fornecedores etc.).
Preocupa-se com o
acompanhamento de todas as transações de captação de recursos financeiros e sua
materialização em fatores produtivos de uma parte e, por outra parte, das
transações envolvendo a comercialização dos produtos e serviços e a posterior cobrança
dos mesmos. Trata ainda do cálculo do resultado, entendido este no sentido de excedente
havido após a remuneração a tipo de fornecedores, sejam de trabalho ou de capital,
bem como da elaboração de demonstrações contábeis.
Deve seguir os
Princípios Fundamentais de Contabilidade, e também atender as exigências
fiscais e societárias. Neste aspecto, cita-se a legislação do imposto de renda das
pessoas jurídicas (decreto-lei nº 1.598/77), a qual obriga a empresa a manter
um sistema de custos integrado e coordenado com o restante da escrituração. Se
isto não ocorrer, o fisco poderá arbitrar o valor dos estoques para efeito do
cálculo do imposto de renda e da contribuição social, desconsiderando a
escrituração contábil.
Porém, nem todos os
métodos de custos são aceitos pela legislação brasileira. Ela requer a
utilização do chamado custeio por absorção, o qual atende aos PFC. Este sistema
tem como filosofia a premissa de que todos os custos (fixos e variáveis –
diretos e indiretos) são computados ao custo dos produtos, portanto ativados.
Assim, para atender à
legislação comercial, a empresa deve adotar tal sistema ou, se adotar algum
outro, deverá, por ocasião do encerramento do exercício, fazer os ajustes necessários
de seus estoques e do custo dos produtos de acordo com os procedimentos
do custeio por
absorção.
A contabilidade de
custos centra sua atenção no estudo da composição e no cálculo dos custos,
também observa o resultado dos centros ou dos agentes do processo produtivos. A
contabilidade de custos tem como característica ser de caráter interno.
Contabilidade De Custos
Sintética visa o registro e apuração, numa seção da contabilidade geral, das
operações propriamente industriais ou de prestação de serviços. Tais registros
sintetizam, resumem e consolidam os resultados dos cálculos detalhados de
custos efetuados na contabilidade de custos analítica, na forma de alocação de
custos setoriais, apropriação de custos a produtos e serviços e apuração do
custo unitário dos produtos elaborados, semi-elaborados e em elaboração, através
do uso de mapas, fichas e planilhas. Um bom exemplo é o livro de Hilário Franco,
"contabilidade industrial", que ilustra os lançamentos contábeis necessários
para o acompanhamento, na forma de partidas dobradas, desde a aquisição dos
fatores de produção à evidenciação do custo dos produtos fabricados e vendidos,
passando pela valoração dos estoques de insumos, materiais e produtos.
A contabilidade de
custos analítica visa o detalhamento da informação e respeito do movimento
interno de valores, efetuado para a transformação dos fatores em produtos, não
só com fins contábeis, inventariais e de apuração do resultado geral, mas
igualmente com fins gerenciais e administrativos, de planejamento, orçamentação,
controle e avaliação de desempenho, de produtos, setores e operações - detalhamento
este realizado em Mapas, fichas e planilhas.
A contabilidade de
custos analítica pode ser desdobrada numa contabilidade setorial e numa
contabilidade dos produtos.
A contabilidade
setorial de custos visa o acompanhamento, a alocação e a determinação dos
custos operacionais setoriais, totais e unitários. O mapa de localização de
custos (MLC) é uma das possibilidades de realização de uma contabilidade
setorial de custos ou, simplesmente, de setorização de custos.
A contabilidade de
custos dos produtos visa a apropriação dos custos de transformação aos produtos
elaborados, semi-elaborados e em elaboração, bem como a apuração do custo total
e unitário dos produtos e serviços - para fins gerenciais e administrativos,
podem abranger ainda os custos de distribuição, armazenagem, vendas e
administração, incluídos aí os custos financeiros e tributários. A ordem de
produção ou de serviço, o boletim de Apropriação de custos (BAC) e o mapa de
apropriação de custos (MAC) são instrumentos-exemplos de uma contabilidade de custos
dos produtos.
HISTÓRIA
DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
A Contabilidade de
Custos nasceu da Contabilidade financeira, quando da necessidade de avaliar
estoques na indústria, mais especificamente com o início da Revolução industrial.
Anteriormente a esse período, os produtos era fabricados por artesãos que, via
de regra, não constituíam pessoas jurídicas e pouco preocupavam-se com o
cálculo de custos.
A contabilidade nessa
época, tinha sua aplicação maior no segmento comercial, sendo utilizada para
apuração do resultado do exercício. Porém, com o incremento da indústria surge
a necessidade de cálculo de custos para formação de estoques.
Os comerciantes para
apurar o resultado do exercício somavam as receitas e subtraíam delas o custo
da mercadoria vendida, gerando o lucro bruto. Do lucro bruto eram deduzidas as
demais despesas e, assim, encontravam o lucro ou prejuízo do período (esse
sistema de apuração ainda hoje é utilizado pela contabilidade).
Exemplo:
Vendas
(-)
custo das mercadorias vendidas
(=)
lucro bruto
(-)
despesas administrativas
(-)
despesas comerciais
(-)
despesas financeiras
(=)
lucro/prejuízo
Na atividade comercial
o custo da mercadoria vendida era fácil de ser identificado, uma vez que sua
composição resulta do valor pago pela mercadoria, mais tributos não compensáveis,
mais fretes pagos e seguros.
No caso de haver
variação de estoques, aplica-se a fórmula envolvendo, estoque inicial, compras
e estoque final para se encontrar o CMV.
CMV = Ei + Comp – Ef
No segmento industrial,
a mesma sistemática de cálculo de custo dos produtos não poderia ser utilizada,
uma vez que o fabricante compra materiais e os transforma, paga mão-de-obra
para elaborá-los e ainda consumo uma infinidade de outros custos (energia, água
etc.), para enfim gerar o bem para venda.
Nessa situação, na qual
vários insumos são consumidos para elaboração de um novo produto, não é tão
simples o cálculo de custos a ser implementado. Essa dificuldade ou necessidade
fez surgir a contabilidade de custos, inicialmente com a finalidade de mensurar
os estoques produzidos e determinar o resultado do exercício.
A partir da revolução
industrial a contabilidade de custos muito evoluiu, passando a gerar
informações, não só para controle, mas também para o planejamento e tomada de decisão.
A contabilidade de
custos aparece pela primeira vez com técnica independente e sistemática, nos
Estados Unidos, envolvendo a produção industrial, sobretudo estudando os
problemas de mão-de-obra e repercussões no custo industrial.
Mais tarde, passou a
preocupar-se, de modo menos empírico com os custos de material consumido
(direto) nas operações, buscando a visão global do processo produtivo, instante
em que são discutidos os maiores entraves da Contabilidade de Custos, os chamados
Custos Indiretos de Fabricação (CIF). Também denominados de despesas indiretas
de fabricação, para outros despesas gerais, custos indiretos e ou ainda de overhead.
Os CIF vem
historicamente sendo os grandes vilões da Contabilidade de Custos, por serem de
difícil alocação.
Hoje, dentro da
Contabilidade de Custos, existem critérios e técnicas que solucionam de modo
bastante adequado os problemas relacionados a esse aspecto.
O sistema de custos
busca identificar os gastos com a produção (Custos totais), para que com base
nestes dados possam ser realizadas classificações, análises, avaliações, controles
e planejamentos, consequentemente, transforma-se num importante instrumento de
gestão, como fonte primária e básica para a tomada de decisão.
É importante ressaltar
que a Contabilidade de Custos não se aplica somente às indústrias, sendo que é
possível calcular custos comerciais, de serviços, agrícolas etc.
Porém a ênfase maior é
dada à atividade industrial, uma vez que é neste segmento seu maior campo de
atuação (motivo esse que leva muitos a denominarem, erroneamente, a contabilidade
de custos como sinônimo de contabilidade industrial).