domingo, 20 de outubro de 2013

ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO E MATERIAIS (2º Parte)


ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
Materiais necessários, na hora certa, no dia certo, na quantidade certa. Utilizam os conceitos básicos em:
_ Administração de Materiais: é o planejamento e controle de materiais, das compras, recepção, transporte, estocagem, movimentação; é a administração dos fluxos dos materiais.
Classificamos em cinco etapas.
- 1ª Etapa - em matéria-prima / insumos básicos p/ produção;
- 2ª Etapa - materiais em processamento – processo produtivo;
- 3ª Etapa - materiais semiacabados (produtos parcialmente acabados);
- 4ª Etapa - materiais acabados prontos p/ anexar (falta embalar, agregar valor);
- 5ª Etapa - produtos acabados – prontos para consumo;
_ Conceito de Suprimento: aquisição e movimentação de materiais a disposição – é a programação das necessidades para suprir, fornecer os produtos p/ o processo produtivo.
_ Conceito de Compras: é a localização dos fornecedores, aquisição e pagamento de acordo com as necessidades.

O CICLO DE COMPRA É:
- Análise das ordens de compra;
- Localização e seleção dos fornecedores;
- Negociação com o fornecedor;
- Acompanhamento e recebimento dos materiais;

FUNÇÕES E IMPORTÂNCIA DO RESPONSÁVEL PELA COMPRA
Por ser uma atividade responsável pela maior fatia do Capital de Giro de uma empresa, comprar bem é tão importante quanto produzir e vender. As funções são:
- Conhecer o mercado
- Conhecer o nível de estoque
- Manter atualizado o cadastro de fornecedores
- Estar em sintonia com as áreas de produção, vendas e finanças da empresa.
Preços – pesquise, compare e negocie sempre para reduzir os custos dos produtos, ter um bom preço para o cliente e vender com certa margem de lucro.
Qualidade – conheça as exigências de seus clientes e compare o que melhor se adapte a eles; procure melhorar os produtos, evite desperdícios; conferir os produtos nos detalhes e especificações;.
Quantidade – Conheça os estoques mínimos e máximos, compre mais vezes em menos quantidade, evite ao máximo estoques.
Prazo de pagamento – o prazo de pagamento deverá ser superior ao giro dos estoques e maior que o prazo de recebimento das vendas.
Seleção de fornecedores – tenha no seu fornecedor um parceiro, onde atende os requisitos de prazo, valor, confiabilidade e qualidade.
_ Conceito de Logística: coordena a estocagem, o transporte, o inventário das informações e entrega de produtos acabados.
A necessidade do cliente deverá ser analisado e atendido pelo estoque existente ou pela reposição da compra.
O recebimento e armazenamento deverá estar sendo conferido e controlado pela área responsável, observando a qualidade.
A distribuição dos materiais deverá ser considerada os seguintes fatores: local, prazo, custo, em condições de qualidade.

SEGURANÇA NO TRABALHO
A prevenção de acidentes, cujo objetivo principal é resguardar a vida e saúde do homem, deve ser preocupação não só do empresário, mas de todos na empresa. É preciso identificar as situações de riscos de acidentes (atos e ambientes inseguros). Implantando programas de caça aos riscos, com bonificações, prêmios.
Cumprir e fazer cumprir as exigências de segurança estabelecida nas normas.

LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA COMPETITIVA
O meio empresarial está vivenciando uma fase em que a competitividade esta cada vez mais acirrada nos diversos segmentos de mercado, isto devido a globalização econômica que tem se acompanhado.
Neste ambiente as empresas têm buscado alternativas para manter sua competitividade através de dois tipos básicos de vantagem competitiva: menor custo e diferenciação nos serviços.
Portanto, não basta às empresas tentarem se sustentar apenas na marca de seu produto, a qualidade também é um ponto muito importante. Qualidade entendida não apenas do produto, mas qualidade também no nível de serviço oferecido aos clientes, isto faz com que surja canais alternativos tal como a logística com o
intuito de auxiliar a empresa tornar-se competitiva.
Para que a logística possa obter êxito é necessário considerar um fator muito importante que é a capacitação e o treinamento. Deve haver a capacitação de profissionais nesta área para que estes possam desenvolver e aplicar programas de treinamento aos funcionários destas empresas. Mas, para alcançar o objetivo proposto, é necessário haver o comprometimento e a conscientização por parte das pessoas envolvidas no processo.
No que se trata de pesquisas e publicações científicas, encontram-se vários estudos que tratam de problemas logísticos funcionais, como roteirização e dimensionamento de frota de veículos, localização, dimensionamento e layout de armazéns, seleção de fornecedores etc. Em contra partida são escassos estudos direcionados à integração das atividades logísticas na empresa, à quantificação e definição do nível de serviços aos clientes, transportadores e à integração de todos estes fatores dentro da cadeia logística.
Em outras palavras, a execução das atividades relativas à movimentação de materiais e ao fluxo de informações, é feita de forma segmentada. Este enfoque fracionado incutido nas empresas traz algumas consequências nocivas:
_ Ciclos logísticos de maior duração.
_ Custos logísticos elevados.
_ Nível de serviço ao cliente aquém do desejado.
Aliado ao tratamento fracionado dado às atividades logísticas, deve-se destacar a falta de profissionais que dominem e possuam habilidades para planejar, executar e analisar todas as atividades de forma integrada.
A logística busca o elo de ligação entre o mercado e a atividade operacional da empresa, estendendo-se sobre toda a organização desde a aquisição da matéria-prima até a distribuição do produto ao seu cliente. O eficiente gerenciamento da cadeia logística pode ser alcançado através da logística integrada, a qual consiste no reagrupamento das atividades logísticas em um único processo, onde se busca a máxima coordenação entre as atividades logísticas, desde a entrada da matéria-prima, produção até a entrega do produto acabado.

O AMBIENTE EMPRESARIAL
As empresas desenvolvem suas atividades no meio de um macro ambiente com a qual elas interagem, o qual condiciona de forma considerável seu funcionamento.
O êxito destas empresas dependerá da sua capacidade em encontrar um ponto de equilíbrio dinâmico e permanente.
O ambiente não permanece estático ele está em constante mutação de época para época. Se fosse estabelecida uma comparação com um processo hidrodinâmico para caracterizar o macro ambiente, poderia se distinguir uma mudança de caráter laminar e outra de turbulento.
O primeiro caso consiste em um tipo de mudança em que as trajetórias do que está em movimento se mantêm estáveis com o decorrer do tempo. As previsões são confiáveis, a demanda é sustentada e o foco passa a ser o volume.
No segundo tipo de mudança, de caráter turbulento, as trajetórias das mudanças não se mantêm estáveis. A demanda é variável, as previsões tornam-se pouco confiáveis e, por isso, a necessidade de realizar mais previsões, já que é essencial antecipar-se às mudanças que irão ocorrer para poder reagir com maior rapidez.
Estas características da mudança do macro ambiente condicionam a forma de gerenciar as empresas.
Para que uma empresa possa sobreviver em um ambiente turbulento, precisa oferecer resultados – em quantidade, variedade, qualidade, preços, prazos – compatíveis com as necessidades e expectativas dos clientes. Nesse contexto, a logística pode tornar-se um diferencial competitivo para a empresa.
Para atingir esses resultados a empresa sofre pressões do ambiente externo com a qual ela mantem inter-relação, como: políticas do governo, infra-estrutura, religioso, cultural, ecológico, jurídico, sanitário, financeiro.

EVOLUÇÃO DA LOGÍSTICA
Ela é uma atividade muito antiga, porém experimentou uma grande evolução principalmente nas últimas décadas, como exemplos têm a II Guerra Mundial e mais recentemente na Guerra do Golfo em 1991.
A evolução da logística pode ser dividida em três períodos distintos:

Quantidade
Variedade
Preços

1) Antes de 1950
Diferentes áreas eram responsáveis pelas atividades logísticas.
· Transporte era responsabilidade da gerência de produção
· Estoque era responsabilidade de marketing, finanças ou produção.
· Processamento de pedido era responsabilidade finanças ou produção.
2) Entre 1950-1970
· Ambiente propício para as novidades na área administrativa ocasionando uma decolagem tanto a nível prático como teórico.
· Ênfase na importância da distribuição física por parte de professores e estudiosos americanos.
· Mudanças na distribuição física - entregas mais rápidas e minimização de custo de estocagem.
· Adoção de modelos matemáticos e programação linear, teoria de controle de estoques e simulação para solucionar problemas logísticos.
3) Entre 1970-1990
· Os princípios básicos amplamente estabelecidos começam a proporcionar benefícios as empresas.
· Preocupação na geração de lucros e não no controle de custos.
· Competição mundial dos bens manufaturados, a falta de matérias-primas, elevação do preço do petróleo e aumento da inflação, filosofia direcionada a gestão dos suprimentos em vez do estímulo à demanda.
O tratamento das atividades logísticas nas empresas pode ser classificado em várias fases, de acordo com o grau de inter-relação existente entre os diversos agentes da cadeia. Esse relacionamento inicia-se na fase em que a empresa trata os problemas logísticos somente em sua óptica interna, passa em seguida pelos primeiros rumos à integração empresa-cliente, progride posteriormente em direção ao tratamento integrado empresas-fornecedores e atinge a fase da logística integrada

FLUXOS LOGÍSTICOS
Os fluxos logísticos podem ser definidos como o mapeamento de todo o processo de atendimento ao cliente, através de um fluxograma.
O processo de atendimento ao cliente vai desde a emissão do pedido, administração de vendas, PCP, suprimento, fabricação, armazenagem até a distribuição física.
A redução do “lead-time” deste processo trás benefícios e um melhor serviço, proporcionando assim uma real vantagem competitiva.
São três os fluxos logísticos:
_ Fluxo material - é o mapeamento através de fluxograma, de como fluem as matérias-primas, produtos em processo e produtos acabados pelas diversas áreas por onde passam.
_ Fluxo de Informações - são todas as informações adjuntas ao fluxo material e onde são processadas, também descritas por meio de fluxograma. O fluxo informativo é que comanda o Fluxo Material.
_ Fluxo financeiro - também descrito em um fluxograma, demonstra como são feitos os pagamentos e cobranças que possibilitam a movimentação fluxo material.

CONCEITUAÇÃO DE LOGÍSTICA
O termo logística origina-se no verbo loger que significa alojar. Adotada como estratégia militar, era responsável pelo: planejamento, transporte, armazenamento e abastecimento das tropas no campo de batalha.
Logística pode ser conceituada como sendo a atividade responsável pela aquisição, movimentação, armazenamento, produção e distribuição de produtos até o seu cliente final, através dos fluxos que os coloca em movimento.
De acordo a maior organização profissional de logística no mundo The Council of Logistic Management dos Estados Unidos, logística é o processo de planejar, implementar e controlar o fluxo e armazenagem eficiente e efetivo de matérias-primas, estoques em processo, produtos finais, serviços e a correspondente informação desde o ponto de origem até o ponto de consumo, incluindo movimentos de entrada de saída, internos e externos, para os propósitos e tendo em conta os requerimentos dos cliente.
A logística empresarial estuda como a administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores, por meio de planejamento, organização e controles efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos.
A logística, portanto, engloba desde a cadeia de suprimentos (supply chain) até a distribuição física, procurando administrar eficientemente o fluxo material, financeiro e de informações que os coloca em movimento.
A missão do profissional da área de logística, é portanto, colocar os bens e serviços certos, no lugar certo, na hora certa, na quantidade certa e nas condições desejadas, ao menor custo.
A logística empresarial pode ser representada pela seguinte relação:

Logística empresarial = suprimento físico + logística de produção + distribuição física

A logística está presente nos diversos tipos de empresa e para cada o desenho esta tem funções distintas.
_ Empresas transformadoras de matéria-prima em insumos para outras indústrias - dedicam especial atenção à Logística de suprimento, pois é nessa fase de seu sistema industrial que se concentram os maiores problemas. A distribuição de seus produtos é uma operação relativamente mais simples, pois são adquiridos em quantidades maiores, entregues em menor número de destinos.
_ Empresas atacadistas – se caracteriza pelo fato de que os produtos são idênticos aos insumos, uma vez que não há fabricação, mas apenas comercialização em larga escala.
_ Empresas transportadoras – possui semelhanças com os atacadistas. Recebem mercadorias diversas numa ponta, e as transportam para destinos diversos. O tempo de armazenagem é mínimo, apenas durante o curto período necessário para efetuar a triagem e o despacho.
Certas empresas se especializam em carga fracionada ou parcelada. Nesse caso, o processo de coleta e distribuição adquire aspecto distinto em termos de frota (tipo de veículo), roteiros, operações nos depósitos.
_ Empresas varejistas – se caracterizam por receber mercadorias concentrada em grandes lotes, proveniente diretamente das indústrias ou de atacadistas, e distribuição pulverizada, atendendo aos inúmeros clientes que adquirem os produtos nas suas lojas. O processo de distribuição de produtos aos clientes é bastante complexo porque, muitas vezes, envolve veículos especiais, problemas de roteirização, etc., além de excessivo número de itens para processar, documentar e coordenar.
_ Banco – apesar da automação bancária, a maior parte das transações implica na emissão de documentos. O próprio cheque, quando é depositado numa conta corrente, deve chegar à agência
do emitente para conferir assinatura, etc. Dessa forma, a operação bancária exige, com muita frequência, o transporte de documentos que deve atender as restrições rígidas de temo (os cheques, compensados de uma agência devem chegar com tempo suficiente para serem verificados e retornados à compensação no caso de não terem fundos, quando a assinatura não confere, etc.).
Em Logística, tanto o suprimento quanto a distribuição são igualmente importantes. A maior ênfase num ou noutro dependerá das características de cada empresa.
A logística para alcançar seus objetivos desempenha atividades primárias e de apoio.

ATIVIDADES PRIMÁRIAS
As atividades primárias são essências para a coordenação e realização da tarefa logística:
_ Transportes:
· É a atividade logística mais importante, pois nenhuma empresa moderna pode operar sem movimentar suas matérias-primas ou produtos.
· Encontra problemas financeiros quando há a ocorrência de greves e aumento no preço dos combustíveis, ocasionando atrasos na entrega e deterioração dos produtos.
· Adiciona valor de lugar ao produto.
· Existem vários modais utilizados para movimentar produtos, tais como: rodoviário, ferroviário e aeroviário.
· Envolve decisões quanto a escolha de modal, roteirização e utilização da capacidade do veículo.
_ Manutenção de estoques:
· Agem como amortecedores entre oferta e demanda.
· Agrega valor de tempo ao produto.
· Produtos mais próximos aos consumidores e/ou fábricas.
· Manutenção de baixos estoques provendo disponibilidade de produtos aos clientes.
_ Processamento de pedidos:
· Elemento crítico em termos de tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes.
· Refere-se a coleta, verificação e transmissão de informações sobre vendas.
· Atividade que inicializa a movimentação de produto e entrega de serviços.
· Este conjunto de atividades formam o ciclo crítico de atividades logísticas.

ATIVIDADES DE APOIO
As atividades primárias necessitam de uma série de atividades adicionais que lhes dão apoio. As atividades de apoio são:
_ Armazenagem: administração do espaço necessário para manutenção de estoques. Localização, dimensão da área, layout, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e
configuração do armazém.

CLIENTE
_ Manuseio de materiais: é uma atividade relacionada a armazenagem. Refere-se à movimentação do produto no armazém. São problemas importantes: seleção do equipamento de movimentação, procedimentos para formação de pedidos e balanceamento da carga de trabalho (formação de pedidos).
_ Embalagem de proteção: a embalagem de proteção do produto tem o objetivo de garantir a movimentação sem quebras, além do que também propiciam o manuseio e armazenagem de forma eficiente.
_ Obtenção: Trata do fluxo de entrada (suprimento). Refere-se a seleção das fontes de suprimentos, quantidades a serem adquiridas, programação de compras e a forma pela qual o produto é comprado.
_ Programação do produto: A programação trata do fluxo de saída (distribuição). Que quantidades devem ser produzidas e quando e onde devem ser fabricadas.
_ Manutenção de informação: essências para o correto planejamento e controle logístico. Fornece informações importantes sobre custo e desempenho.

ENFOQUE SISTÊMICO DE LOGÍSTICA
Sistema pode ser definido como um conjunto de partes coordenadas que interagem entre si para realizar um conjunto de finalidades.
Na logística, o enfoque sistêmico é vital. Os setores que se inter-relacionam dentro de uma empresa, quando um problema logístico surge, são vários e possuem visões diferentes: marketing, produção, comercialização, transporte, finanças etc. Portanto, os conceitos de Teoria de Sistemas constituem uma das bases fundamentais da Logística Aplicada.
Visão geral das atividades logísticas dentro das atividades tradicionais da empresa.
Segundo o enfoque sistêmico é muito importante a identificação com clareza das relações de causa e efeito entre os elementos que constituem o sistema.
A logística numa visão moderna procura rearranjar as atividades existentes na firma de modo que o gerenciamento seja facilitado. A logística ocupa posição intermediária entre produção e marketing,
ela procura criar atividades de interface que facilitem a otimização entre os elementos que formam o sistema.
Exemplo: a formação de preços ou embalagens são exemplos de atividades administradas conjuntamente por logística e marketing. A formação de preço tem componentes tanto geográficos como competitivos. Já compras e programação de produção são exemplos de áreas de interface entre logística e produção. A produção deve adquirir bens a custo e qualidade aceitáveis, enquanto a logística se preocupa com a localização das fontes de suprimentos e os tempos para abastecimento. O setor de compras toma estas decisões. A programação da produção toma decisões similares. Ela se interessa pela sequência e tamanho dos lotes de produção a serem fabricados, enquanto a logística novamente se preocupa com a localização e os tempos da produção.
Os sistemas apresentam diversas características dentre as quais podem ser destacadas sete.
_ O sistema é formado por componentes que interagem.
Os sistemas, sejam eles mais ou menos complexos, são formados por componentes que se inter-relacionam entre si e com o meio ambiente.
Os componentes que formam parte de um sistema – seus subsistemas – não são apenas colocados juntos, numa simples justaposição de elementos um ao lado do outro. Ao contrário, quanto mais complexo o sistema, maior a interação entre eles: o funcionamento de um deles resulta, quase sempre, na participação orquestrada dos demais, ou de boa parte deles.
_ Quando o sistema está otimizado, os componentes também o estão.
A EMPRESA
Atividades típicas:
· Controle de qualidade
· Planejamento detalhado
· Manuseio interno
· Manutenção de equipamento
LOGÍSTICA
Atividades típicas:
· Manutenção de estoques
· Processamento de pedidos
· Armazenagem
· Manuseio de Materiais
Atividades de interface:
· Padrões de níveis de serviço
· Formação de preço
· Embalagem
· Localização de depósitos
Atividades de interface:
· Programação de produção
· Localização industrial
· Compras
MARKETING
Atividades típicas:
· Promoção/propaganda
· Pesquisa de mercado
· Administração da força de vendas
Não se pode analisar de modo isolado cada componente do sistema e otimizá-lo separadamente, como se os outros componentes e o conjunto não existissem. Isso levaria a resultados errôneos e sem consequências práticas.
Para se chegar a sistemas bem projetados, é necessário que seus subsistemas também estejam otimizados, porém não de forma autônoma, e sim considerando as inter-relações entre eles.
_ Todo sistema tem pelo menos um objetivo.
Os sistemas de alguma forma têm um ou mais objetivos bem definidos, pois o homem, antes de mais nada, precisa definir claramente o que ele pretende com a sua criação.
No que se refere aos problemas logísticos, a definição dos objetivos, geralmente implica na compatibilização de metas conflitantes entre diversos setores, como por exemplo : venda x produção.
_ A avaliação do desempenho de um sistema exige medida(s) de rendimento.
As medidas de rendimentos são úteis para nos indicar em que estágio estamos no processo evolutivo, ou se já alcançamos nosso objetivo. Como medidas de rendimento temos: nível de serviço, produtividade, qualidade, eficácia, eficiência, etc..
_ Sistemas criados pelos homens requerem planejamento.
Como a aplicação do enfoque sistêmico não é fácil, deve ser desenvolvido um planejamento, seguindo as seguintes etapas:
1. Identificar claramente os componentes (subsistemas), formando uma estrutura adequada à análise.
2. Considerar cada componente como um sistema.
3. Estabelecer com clareza o objetivo pretendido.
4. Estabelecer as medidas de rendimento do sistema e definir as variáveis que irão representá-las.
5. Criar alternativas viáveis, envolvendo processos e/ou tecnologias diferentes e cobrindo uma gama ampla de rendimento.
6. Analisar as implicações de cada alternativa em cada um dos componentes (subsistemas).
7. Otimizar os subsistemas de forma integrada.
8. Calcular o rendimento e o custo, para cada alternativa, de cada componente ou subsistema.
9. Integrar os subsistemas de cada uma das alternativas de forma a gerar soluções consistentes para o sistema.
10. Avaliar as alternativas por meio da relação custo/benefício, custo/nível de rendimento ou outra metodologia de avaliação econômica.
11. A manutenção do nível de desempenho requer controle permanente.
Não basta planejar e implantar bem um sistema. Para garantir seu bom funcionamento sem perder o seu objetivo e nível de serviço é necessário estabelecer formas de controle.
Para se efetuar o controle, há a necessidade de garantir os objetivos pretendidos, não se pode deixar os objetivos mudarem conforme as circunstâncias vão se apresentando. Deve-se atuar sobre as variáveis que influem no rendimento, nos custos e na interação do sistema com o ambiente externo. Em termos práticos são estabelecidos controle de qualidade, controle de custos, controle dos prazos de entrega, controle jurídico. Estes controles servirão como feedback (retroalimentação) no sistema, o quais permitem que se façam correções de rumo, de forma a garantir os objetivos desejados.
_ Interação do sistema com o ambiente.
Tudo aquilo em que o responsável pelo sistema (gerente) não pode interferir, faz parte do ambiente (mundo externo). O ambiente limita o desenvolvimento livre de um determinado sistema por meio de restrições, normas, premissas etc.
Há restrições reais e fictícias, sendo que as fictícias muito perigosas pois impedem muitas vezes a evolução e o progresso. O homem sistêmico, trabalhando na área de logística, deve sempre considerar as restrições externas como fictícias, enquanto estivem no papel, na cabeça ou na boca dos outros.
Esta postura, de supor fictícia até que se prove em contrário é saudável. As pressões contrárias que se seguirão, devidamente discutidas e esplanadas, fazem com que o responsável pelo sistema perceba com segurança as fronteiras do possível, encontrando os verdadeiros limites das restrições.

NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO
O nível de serviço logístico é a qualidade com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado.
De acordo com especialistas, o nível de serviço refere-se especificamente à cadeia de atividades que atendem as vendas, em geral inicia na recepção do pedido e termina na entrega do produto ao cliente, sendo que em alguns casos, continua com serviços ou manutenção do equipamento ou outros tipos de apoio técnico.
O nível de serviço está composto dos seguintes fatores: prazo de entrega, avarias na carga, extravios e reclamações diversas, sendo que cada um destes fatores pode ser medido através de um indicador.
Há três grupos que estão ligados diretamente ao controle da logística os quais são classificados de acordo com a venda do produto. Estes são:
_ Elementos de pré-transação: refere-se a políticas ou programas adotados pela empresa (por escrito) para a realização de um serviço.
_ Elementos de transação: são elementos que estão diretamente relacionados aos resultados obtidos com a entrega do produto ao cliente.
_ Elementos de pós-transação: correspondem aos serviços realizados após a entrega do produto que se encontra em uso pelo cliente.
A reunião de todos estes elementos forma o nível de serviço, e os clientes reagem a todo este conjunto.
Se uma empresa não oferecer um bom nível de serviço ao seu cliente, provavelmente perderá uma grande fatia do mercado.
NÍVEL DE SERVIÇOS
· Política posta por escrito
· Política nas mãos do cliente
· Estrutura organizacional
· Flexibilidade do sistema
· Serviços Técnicos
ELEMENTOS DE TRANSAÇÃO
· Nível de estoque
· Habilidade no trato de atrasos
· Elementos do ciclo de pedido
· Tempo
· Transbordo
· Precisão
· Conveniência do pedido
· Substitubilidade do produto
ELEMENTOS DE PÓSTRANSAÇÃO
· Instalação, garantias, reparos, peças de reposição
· Rastreamento do produto
· Queixas e reclamações dos clientes
· Embalagem
· Reposição temporária
Um fator muito importante a ser observado é que a medida que a empresa aumenta o seu nível de serviço o seu custo logístico também tende a aumentar, pois parte-se do pressuposto que melhores níveis de serviços custam mais caros.
Portanto, deve-se estabelecer patamares de nível de serviço que suportem o serviço logístico, identificando-se quais os elementos que determinam o serviço e estabelecer medidas que permitam a
administração e planejamento deste serviço.
A partir de pesquisas e teorias disponíveis, foi comprovado que as vendas tender a aumentar ser o serviço for melhorado além daquele oferecido por fornecedores concorrentes.

CUSTOS LOGÍSTICOS
O gerenciamento, controle e minimização dos custos logísticos têm se mostrado cada vez mais necessário se a empresa quiser competir no mercado.
Um dos grandes desafios da logística está no gerenciamento do binômio custo/nível de serviço.
Isto se deve ao fato de que os clientes têm exigido diariamente melhores níveis de serviço, entretanto sem querer pagar a mais por isso. Assim o fator preço tem sido o ponto mais importante em relação ao nível de serviço o qual é considerado como fator secundário, além de que este deve ser capaz de agregar valor aos
seus clientes.
Os seguintes serviços de acordo com a necessidades e características de cada cliente podem agregar valor:
a) Redução no prazo de entrega de um produto.
b) Disponibilidade de produtos.
c) Confiabilidade na entrega (tempo, n.º de entrega).
d) Entrega do pedido na hora certa.
e) Maior facilidade de colocação do pedido.
Para atenderem a todas estas exigências e manterem-se competitivas no mercado as empresas têm segmentado seus canais de distribuição e atendimento.
Os principais custos logísticos são:
a) Transporte: roteirização, frota própria ou de terceiros, número e capacidade de veículos e modo de transporte.
b) Armazenagem e movimentação: número de armazéns, localização, tamanho, mecanização e automação próprios e ou de terceiros.
c) Processamento de pedidos: automação, informação.
d) Estocagem: estoque básico, estoque de segurança, frequência de compras, tamanho do pedido.
e) Custo de produção: programação da produção.
f) Serviço ao cliente: custo da venda perdida.
Assim, a administração integrada de custos logísticos pressupõe “trade-offs”, ou seja, custos individuais não otimizados para permitir a redução do Custo Total.

SISTEMA LOGÍSTICO DE SUPRIMENTOS
A logística de suprimento se refere a relação fornecedor-empresa.
Os suprimentos são o primeiro passo na cadeia logística e também a maior distância até o consumidor, por isso é a mais afetada pelas variações do mercado e o mais difícil de sincronizar com a demanda dos consumidores.
Suprimentos são a fonte de todas as matérias-primas, embalagens, componentes e outros insumos para preencher as necessidades de conversão da logística de produção.
Trata do fluxo de produtos para a firma ao invés de a partir dela. Muitas atividades de administração de materiais são compartilhadas com a distribuição física.
Para reduzir os tempos de fornecimento de materiais, receber produtos de melhor qualidade, reduzir os estoques tanto na empresa quanto no fornecedor, ter produtos disponíveis sempre que necessário, planejar de forma precisa a produção, é vital integrar os processos da empresa com os fornecedores e estabelecer relações estreitas e duradouras.
A logística de suprimentos é um subsistema dentro da indústria e seus principais componentes são:
a) Aquisição da matéria-prima no seu ponto de origem e preparo da mesma para o transporte.
b) Deslocamento da matéria-prima desde a jazida até o local de manufatura, que corresponde ao transporte da mesma.
c) Estocagem da matéria-prima na fábrica, aguardando que os produtos sejam manufaturados.
As atividades identificadas no canal de suprimento podem ser consideradas fundamentais para a administração de materiais, pois elas afetam principalmente a economia e a eficácia do movimento de materiais.
As tarefas mais importantes são:
_ Inicialização e transmissão das ordens (pedidos) de compras,
_ Transporte dos carregamentos até o local da fábrica.
_ Manutenção dos estoques na planta.
Dentre os problemas encontrados na logística de suprimentos podem ser citados a diversificação da aquisição de matéria-prima. Muitas vezes não é ideal para a indústria ter apenas um fornecedor, por questões estratégicas.

OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
A importância da boa administração de materiais pode ser mais bem apreciada quando os bens necessários não estão disponíveis no momento correto para atender as necessidades de produção ou operação.
Boa administração significa coordenar a movimentação de suprimentos com as exigências de operação. Ou seja, o objetivo da administração de materiais é prover o material certo, no local certo, no instante correto, em condição utilizável ao menor custo possível.
A administração de materiais atende a poucos clientes sendo que as vezes um único, enquanto que a distribuição física atende a muitos.
O cliente da administração de materiais é o sistema de operações. Existem duas maneiras de providenciar os suprimentos:
_ Suprimentos para produção.
_ Suprimentos para estoque.

SUPRIMENTO PARA ESTOQUE
Estoques agem como amortecedores entre suprimento e demanda ou, neste caso, entre suprimento e necessidade de produção. São benéficos ao sistema de suprimento porque garantem:
_ Maior disponibilidade de componentes para a produção.
_ Diminuem o tempo para manter a disponibilidade desejada.
_ Podem reduzir custos de transporte.
Para item ser mantido economicamente em estoque, ao invés de ser comprado sob encomenda, deve geralmente seguir as seguintes características:
_ Ser comprado em quantidades maiores ou iguais a um lote mínimo.
_ A tabela de preços do fornecedor deve ter desconto por volume Compras
_ Estoque Produção
_ Estoque Revenda.
_ Preparação da ordem de entrega
_ Colocação do pedido
_ Seleção fontes de suprimento: Prazo, preço, qualidade
_ Acompanhar pedidos
_ CIF
_ FOB
_Recepção e inspeção
_ Ser de valor relativamente baixo.
_ Ser econômico comprá-lo juntamente com outros itens.
_ Poder ser usado numa larga variedade de modelos ou produtos.
_ Ter tabelas de fretes ou requisitos de manuseio que facilitem a compra em grandes lotes.
_ Ter algo grau de incerteza na entrega ou na continuidade do suprimento.

SUPRIMENTO PARA A PRODUÇÃO
Manter em estoque todo material necessário para a produção pode ser ineficiente. Se em algum dos materiais tiver alto valor individual e puder ser utilizado apenas num número limitado de modelo e produtos, encomendá-lo diretamente para atender às necessidades de produção torna-se o modo mais econômico de realizar seu suprimento. Estes materiais fluem em quantidades pequenas comparadas com os volumes daqueles comprados para estoques e precisam de maior atenção por parte da administração, como aumentar comunicações ou acelerar os pedidos.
A ideia de “puxar” peças, materiais e subconjuntos através do canal de suprimento à medida que haja necessidade operacional, é comum em empresas industriais. Um nome frequentemente utilizado para esta técnica é planejamento ou cálculo de necessidades.

ESCOLHA DE FORNECEDORES
Para se realizar a escolha de seus fornecedores é necessário estabelecer um banco de dados de fornecedores de classe mundial. Para estabelecer este banco de dados podem ser utilizadas as seguintes fontes:
consultoria de especialistas nos diversos ramos de indústria, federações de indústria, órgãos de classe, câmaras de comércio dos diversos países, consulados, referências de outras empresas etc.
Uma equipe composta de membros de diversas áreas da empresa (suprimentos, engenharia, planejamento, custos e logística) vai definir a lista final de fornecedores de classe mundial, sejam eles locais ou do exterior. Eles serão selecionados segundo critérios estabelecidos pela equipe. Os critérios são:
_ Preço, prazo, quantidade e qualidade.
_ Localização geográfica (próxima ao mercado)
_ Garantia e assistência técnica.
Um método adotado para a seleção do fornecedor é a medição do desempenho.
De acordo com Ching, estabelece-se pesos para cada critério a ser analisado variando de acordo com o grau de importância do item conforme as características de cada empresa. O resultado é uma média ponderada.
O resultado dessa avaliação vai mostrar se o fornecedor está em condições de seguir fornecendo o material ou se deve ser rejeitado e descontinua seu fornecimento.

PRODUTO LOGÍSTICO
Uma empresa pode oferecer dois tipos básicos de produto: bens ou serviços.
O produto serviço é composto de intangíveis como: conveniência, distinção e qualidade. Se o produto oferecido for um bem físico, ele tem atributos físicos, tais como: peso, volume, forma os quais têm influência no custo logístico.
Os produtos podem ser classificados em bens de consumo e bens industriais.
Os bens de consumo são dirigidos aos consumidores finais e estes podem ser: de conveniência, de comparação e de uso especial.
Os bens industriais são dirigidos a indivíduos ou organizações que os utilizam para produzir outros produtos ou serviços. Os bens industriais podem ser: matérias-primas, edifícios, equipamentos, material de escritório ou serviços administrativos.
Outro fator muito importante a ser considerado é o ciclo de vida do produto que passa por quatro estágios: introdução, crescimento, maturidade e declínio. A cada fase haverá uma estratégia de distribuição distinta, e isto deve ser acompanhado e ajustado com máxima eficiência.
O conhecimento do ciclo de vida permite: antecipar as necessidades de distribuição e o planejamento com maior brevidade possível.
São características do produto, que influenciam a estratégia de distribuição os seguintes atributos:
a) Peso-volume (densidade). Este atributo está diretamente relacionado aos custos de transporte e armazenagem. Para produtos densos os custos de armazenagem e transporte tendem a serem baixos, enquanto que, para produtos pouco densos a capacidade volumétrica do modal de transporte é preenchida antes de seus limites de carregamento em peso ser atingido. Ex.: pisos
cerâmicos.
b) Relação valor-peso. O valor do produto que está sendo movimentado e estocado é um fator muito importante para o desenvolvimento de uma estratégia logística. Custos de estoques são particularmente susceptíveis ao valor. Quando expressamos o valor com relação ao peso , algumas compensações óbvias de custos emergem e auxiliam a planejar o sistema logístico.
c) Substitubilidade. um produto é substituível quando o comprador não percebe muita diferença entre o produto de uma empresa e de seus concorrentes, caso do “commodities”.
A logística não tem controle sobre a substitubilidade do produto e trata esta situação como vendas perdidas, através de alternativas como: transporte, estocagem ou ambas.
d) Características de riscos (periculosidade). são consideradas características de risco: valor, perecibilidade, flamabilidade, tendência à explosão e facilidade de roubo. Tanto os custos de transporte como de estoque são maiores em termos tanto absolutos como em termos de porcentagem do preço de venda. Estas características implicam em várias restrições ao sistema de distribuição.

EMBALAGEM DO PRODUTO
“Elemento que protege o que vende, além de vender o que protege”.
A embalagem tem por objetivo oferecer aos produtores uma forma que garanta sua integridade, facilite a armazenagem e manuseio, ao menor custo possível.
O embalamento do produto pode ter os seguintes objetivos:
a) Facilitar o manuseio e armazenagem.
b) Promover melhor utilização do equipamento de transporte.
c) Proteger o produto.
d) Promover a venda do produto.
e) Alterar a densidade do produto.
f) Facilitar uso do produto.
g) Prover valor de reutilização para o consumidor.
Nem todos estes objetivos podem ser atingidos mediante a administração logística, porém alterações na densidade do produto e em sua embalagem protetora pode fazer diferença.

O custo da embalagem pode ser compensado em forma de fretes, custos de estoques menores e menor número de quebras.