CONCEITOS
SOBRE INOVAÇÃO
Tomando-se
por base o Decreto 5.798 de 7 de junho de 2006, que regulamentou a Lei 11.196
de 21 de novembro de 2005 (Lei do Bem), o conceito de inovação tecnológica é:
INOVAÇÃO TECNOLÓGICA:
“A
concepção de novo produto ou processo de fabricação, bem como a agregação de
novas funcionalidades ou características ao produto ou processo que implique
melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade,
resultando maior competitividade no mercado”.
Tomando-se
por base o Manual de Oslo (OCDE e FINEP), serão abordados os principais
conceitos sobre este assunto, conforme seguem, através da transcrição na
íntegra de parágrafos do mesmo e comentários de interesse:
Observa-se,
portanto, que uma empresa está sujeita a muitas mudanças, quando busca e
alcança o processo de inovação tecnológica.
Como se observa, atualmente a tendência é suprimir-se a
expressão “inovação tecnológica” por “inovação”, pois há vários graus de
inovação e diferentes estágios de desenvolvimento das empresas, muitas das
quais, são as micro e pequenas, que também inovam.
Quando falamos que uma inovação será difundida, deve ser
interpretada como algo que será conhecido pelo mercado, pois uma inovação sem
ser conhecida, não tem nenhum valor. Quando em um edital (de uma entidade de
fomento à pesquisa, por exemplo, FAPERGS ou FINEP) constar que a verba pode ser
utilizada para “fomento à inovação” significa que podem ser colocadas no
projeto de pesquisa, algumas rubricas relacionadas a mercado, como por exemplo,
área comercial e vendas e marketing. Neste sentido, todo o edital deve ser bem
interpretado, para que o projeto não seja reprovado, por ter sido elaborado com
rubricas não pertinentes. Um exemplo de rubrica relacionada a difusão da
inovação, poderia ser a contratação (durante a execução do projeto de pesquisa)
de um gerente de marketing, profissional este que teria o encargo de avaliar o
mercado, antes mesmo de iniciar o desenvolvimento de um produto ou processo. Geralmente
o conceito de inovação está atrelado apenas a grandes empresas. Na realidade as
empresas de base tecnológica (EBTs) e sendo micro ou pequenas, não têm
capacidade financeira para investirem em inovação. Porém, o Brasil, já há
vários anos, vem investindo de forma significativa, seja através de
financiamentos com juros de baixo valor, financiamentos com juros zero e
inclusive através de subvenção econômica (verbas não reembolsáveis). O
principal órgão financiador e de fomento à pesquisa no Brasil é a FINEP –
Financiadora de Estudos e Projetos, subordinada ao Ministério de Ciência e
Tecnologia. Tanto a FINEP costuma lançar editais de forma individual, como em
parceria com os governos dos estados. Esta, sem dúvidas, é uma importantíssima
oportunidade para novos empreendedores tecnológicos, que acessando as verbas
públicas, podem alavancar as suas empresas pela colocação no mercado de
produtos e processos com agregado de inovação.
INOVAÇÃO
Como se pode observar acima existem quatro tipos de
inovações, conforme o Manual de Oslo:
·
Inovação de produto
(bem ou serviço)
·
Inovação de processo
·
Inovação de marketing e
·
Inovação de método
organizacional
Também se destaca que uma inovação (produto, processo,
marketing ou método de organização) deve ser “novo” para a empresa, ou seja,
desenvolvidos por elas mesmas, ou internalizados, por terem sido trazidos de
outras empresas ou organizações.
EMPRESA INOVADORA
Considera-se “empresa inovadora” a empresa que implantou a
inovação durante o período de análise considerado.
INOVAÇÃO DE PRODUTO
Quando em um produto (bem ou serviço) se agrega valor em
termos de novidade em suas características ou usos, se diz que ocorreu uma
“inovação de produto”.
Uma empresa que de forma significativa diferiu seus bens ou
serviços, dispõe de inovação de produto, para colocação no mercado. Como
exemplo citado acima, tem-se as câmeras digitais fotográficas de inovação de
produto. Neste exemplo, se pode perceber que não só as características
funcionais deste bem, como de sua utilização foram introduzidas de maneira
diferente.
Os melhoramentos (em inovação de produtos) podem ser com
pequenas modificações (caso acima do detergente com novas aplicações) ou podem
ser com melhoramentos significativos (caso acima do freio ABS). No caso de
melhoramentos significativos, têm-se mudanças em materiais, componentes e
outras características que fazem com que os produtos funcionem com melhor desempenho.
INOVAÇÃO DE PROCESSO.
Quando se tem mudanças significativas em técnicas,
equipamentos e/ou softwares, relacionado a um método de produção ou
distribuição, se diz que existe uma inovação de processo.
Como se observa acima, uma inovação de processo se refere
tanto à produção, como a distribuição de bens aos seus consumidores finais,
envolvendo neste último caso, softwares de rastreamento, contabilidade,
compras, etc. Novas TICs (tecnologia da informação e comunicação) ou
significativamente melhoradas para melhorar o desempenho de uma empresa ou um
setor, são consideradas também como inovação de processo.
INOVAÇÃO DE MARKETING
Um método de marketing, ainda não utilizado por uma empresa,
é considerado como uma inovação de marketing, podendo ter sido desenvolvido
pela mesma, ou adquirido de outra organização.
As inovações de marketing são muitíssimo importantes, também,
pois alavancam a empresa para posicionamento ou reposicionamento de produtos no
mercado, aumentam os lucros e a base de clientes de uma empresa.
INOVAÇÃO ORGANIZACIONAL
A inovação organizacional está atrelada diretamente ao modo
de funcionamento de uma organização, ou seja, maneira de fazer seus negócios,
seu local de trabalho e suas relações externas (com fornecedores, por exemplo).
Como proposta de aprofundamento do assunto inovação, aos
alunos, sugere-se a leitura mais aprofundada do Manual de Oslo, em especial na
parte que trata das distinções, como:
a) distinção entre
inovações de produto e processo,
b) distinção entre
inovações de produto e marketing,
c) distinção entre
inovações de serviços (produto) e de marketing, d) distinção entre inovações de
processo e de marketing,
e) distinção entre
inovações de processo e inovações organizacionais,
f) distinção entre
inovações de marketing e inovações organizacionais.
GRAU DE NOVIDADE DAS INOVAÇÕES
Como se vê a seguir, uma inovação tem três graus de novidade,
conforme o impacto e abrangência:
·
Nova para a empresa
·
Nova para o mercado
·
Nova para o mundo
Abaixo, seguem-se os conceitos para cada novidade, de forma
que se possa entender, inclusive, o valor intrínseco a uma inovação, conforme a
abrangência mercadológica e/ou geográfica.
INOVAÇÃO INCREMENTAL E
INOVAÇÃO RADICAL
Há uma diferença ainda, quando se trata de inovações, que se
chamam inovações incrementais e inovações radicais. As radicais são aquelas, em
que os mercados podem ser bastante impactados, ou seja, a inovação afeta a
economia das empresas, seja pelo aparecimento ou desaparecimento de mercados.
No parágrafo acima, nota-se também, segundo Joseph Schumpeter,
que as inovações radicais proporcionam rupturas mercadológicas intensas,
enquanto que as inovações incrementais dão continuidade ao processo de mudança.
Joseph
Alois Schumpeter (Triesch, 8 de Fevereiro de 1883 —
Taconic, 8 de Janeiro de 1950) foi um dos mais importantes economistas do
século XX. Sua teoria do ciclo econômico é fundamental para a ciência econômica
contemporânea. A razão, para que a
economia saia de um estado de equilíbrio e entre em um boom (processo de
expansão) é o surgimento de alguma inovação, do ponto de vista econômico, que
altere consideravelmente as condições prévias de equilíbrio. Exemplos de
inovações que alteram o estado de equilíbrio são: a introdução de um novo bem
no mercado, a descoberta de um novo método de produção ou de comercialização de
mercadorias; a conquista de novas fontes de matérias-primas, ou , por fim, a
alteração da estrutura de mercado vigente, como a quebra de um monopólio. A
introdução de uma inovação no sistema econômico é chamada por Schumpeter de
“ato empreendedor”, realizada pelo “empresário empreendedor”, visando a
obtenção de um lucro. O lucro é o motor de toda a atividade empreendedora, segundo
o autor, o qual trata o lucro não como a simples remuneração do capital
investido, mas como o “lucro extraordinário”, isto é, o lucro acima da média
exigida pelo mercado para que haja novos investimentos e transferências de
capitais entre diferentes setores.
“Inovação Incremental: Num primeiro nível se encontram as
inovações incrementais, periféricas, que se desenvolvem de modo mais ou menos
contínuo e se constituem de simples adaptações ou melhoramentos.”
“Inovação Radical: Num segundo nível, as inovações radicais,
que causam impactos essenciais, modificações drásticas nos processos, nos
produtos e nas técnicas de uso. Nesse caso pode não existir a condição
essencial de gradualismo das inovações incrementais. Todo o sistema técnico é
atingido de uma só vez. Entretanto, as inovações gradualistas tendem a
agregar-se, dando origem no longo prazo a um novo “patamar”, que pode se
constituir numa forma radical. Enquanto a maioria das inovações incrementais se
realizam no dia-a-dia da empresa na solução rotineira de problemas, as radicais
podem depender de um processo científico coordenado.”
MECANISMOS PARA A
INOVAÇÃO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS
Pode-se obter grande quantidade de informações do Guia
Prático de Apoio à Inovação da ANPEI (Associação Nacional de Pesquisa,
Desenvolvimento e Engenharia das Empresas Inovadoras), no qual se encontram
orientações para as empresas que desejam realizar a inovação, seja através da
obtenção de instrumentos de apoio financeiro, como também através de
instrumentos de apoio tecnológico e gerencial.
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