domingo, 31 de março de 2013

CONCEITOS DE PLANEJAMENTOS ESTRATÉGICO

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Concebido como ferramenta derivada da estratégia militar, desenvolvida na Segunda Guerra Mundial, o planejamento estratégico no contexto empresarial pressupõe um intenso conhecimento do organismo da empresa e das influencias por ele recebidas das mudanças do ambiente nos aspectos políticos, econômicos, sociais e tecnológicos, visando mantê-la sempre em condições de competição com a concorrência.
É fundamental para a própria sobrevivência da empresa que o planejamento estratégico seja executado de uma forma lógica e estudada. A empresa deve ter uma visão clara, coerente e instigante das suas metas e objetivos, não apenas em função do mercado e do produto, mas também em função do aspecto financeiro. A ausência destas metas e objetivos fará com que a empresa fique a deriva e, conseqüentemente, não tenha sucesso.
“O qualificativo “estratégico” vem de uma palavra grega, estratégos, que significa “general” e tem portanto, uma conotação militar. O verbo estrategein significa elaborar um plano, com referência ao exército. A linguagem científica tomou este vocábulo para aplica-lo à teoria dos jogos, aos modelos matemáticos e finalmente à organização” (PETER DRUCKER)

DEFINIÇÃO
Planejamento Estratégico é o processo de desenvolvimento e manutenção de uma referência estratégica entre os objetivos e capacidades da empresa e as mudanças de suas oportunidades no mercado.
A Estratégia Empresarial visa adaptar a empresa para aproveitar as oportunidades do ambiente em mudanças.
O processo de planejar envolve, portanto, um modo de pensar; e um salutar modo de pensar envolve indagações; e indagações envolvem questionamentos sobre o que fazer, como, quando, quanto, para quem, porque, por quem e onde.
Toda atividade de planejamento nas empresas, por sua natureza, deverá resultar de decisões presentes, tomadas a partir do exame do impacto das mesmas no futuro, o que lhe proporciona uma dimensão temporal de alto significado.
Além disso, o fato de o planejamento ser um processo de estabelecimento de um estado futuro desejado e um delineamento dos meios efetivos de torná-lo realidade justifica que ele anteceda à decisão e à ação.

ESTRATÉGIA
A estratégia corresponde à definição do propósito da organização ou, por outras palavras, representa o conjunto de decisões e ações a adotar pela organização que visam proporcionar aos clientes mais valor que o oferecido pela concorrência. Assim, podemos considerar que um gestor é um bom estrategista sempre que possuir uma elevada capacidade para se antecipar aos concorrentes na descoberta de oportunidades geradoras de elevado valor percebido pelo cliente.

O PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA
A Administração Estratégica envolve um processo ou uma série de etapas. As etapas básicas incluem:

Etapa 1 - Execução de uma análise do ambiente O processo de administração estratégica tem início com a análise do ambiente, isto é, com o processo de monitorar o ambiente organizacional para identificar os riscos e as oportunidades presentes e futuras. Nesse contexto, o ambiente organizacional encerra todos os fatores, tanto internos como externos à organização, que podem influenciar o progresso obtido através da realização de objetivos da organização. Os administradores devem compreender o propósito da análise do ambiente, reconhecer os vários níveis existentes no ambiente organizacional e entender as recomendações das normas para realizar uma análise do ambiente. Etapa 2 -Estabelecimento de uma diretriz organizacional A segunda etapa do processo de administração estratégica é o estabelecimento da a diretriz organizacional ou determinação da meta da organização. Há dois indicadores principais de direção para os quais uma organização é levada: a missão e os objetivos organizacionais. A missão organizacional é a finalidade de uma organização ou a razão de sua existência. Os objetivos são as metas das organizações. Há outros dois indicadores de direção que, atualmente, as empresas estabelecem: a visão, que é o que as empresas aspiram a ser ou se tornar, e os valores, que expressam a filosofia que norteia a empresa e a que a diferencia das outras.
Etapa 3 - Formulação de uma estratégia organizacional A terceira etapa do processo é a formulação da estratégia. Esta é definida como um curso de ação com vistas a garantir que a organização alcance seus objetivos. Formular estratégias é projetar e selecionar estratégias que levem à realização dos objetivos organizacionais. O enfoque central está em como lidar satisfatoriamente com a concorrência. Assim que o ambiente tenha sido analisado e a diretriz organizacional estipulada, a administração é capaz de traçar cursos alternativos de ação em um esforço conhecido para assegurar o sucesso da organização.
Etapa 4 - Implementação da estratégia organizacional Nesta quarta etapa colocam-se em ação as estratégias desenvolvidas logicamente que emergiram de etapas anteriores ao processo de administração estratégica. Sem a implementação efetiva da estratégia, as organizações são incapazes de obter os benefícios da realização de uma análise organizacional, do estabelecimento de uma diretriz organizacional e da formulação da estratégia organizacional.
Etapa 5 - Controle estratégico O controle estratégico é um tipo especial de controle organizacional que se concentra na monitoração e avaliação do processo de administração estratégica no sentido de melhorá-lo e assegurar um funcionamento adequado.

NÍVEIS DA ESTRATÉGIA

Direção da Empresa - Corporativa
Gestores da Unidade de Negócio - Estratégia Negócio
Gerentes - Estratégia Funcional
Supervisores - Estratégia Operacional

Estratégia Corporativa
Se a organização é uma corporação de porte e diversificada, sua estratégia a posicionará em seu ambiente global, econômico, político e social e consistirá em decisões sobre quais dos tipos de negócio o grupo quer conduzir, em quais partes do mundo deseja operar, quais negócios adquirir e de quais desfazer-se, como alocar seu dinheiro entre os vários negócios e assim por diante. Decisões como essas formam a estratégia corporativa da organização.
A estratégia corporativa é o plano do jogo gerencial geral para uma empresa diversificada. Elas orientam e conduzem a corporação em seu ambiente global, econômico, social e político. Consiste das mudanças feitas para estabelecer posições comerciais em diferentes indústrias e abordagens usadas para gerenciar o grupo de negócios da empresa.

Estratégia de Negócios
A estratégia do negócio é o plano geral de jogo para um único negócio. Ela é espelhada no padrão de abordagens e mudanças elaboradas pela gerência para produzir desempenho bem-sucedido numa linha de negócio específica.
Cada unidade de negócio na corporação precisará elaborar sua própria estratégia de negócios, que estabelece sua missão e objetivos individuais, bem como definir como pretende competir em seus mercados. Esta estratégia de negócios orienta o negócio em um ambiente que consiste em seus consumidores, mercados e concorrentes, mas também inclui a corporação da qual faz parte.
Dentro do negócio cada função precisará considerar qual papel em termos de contribuição para os objetivos estratégicos e/ou competitivos do negócio. Todos os setores, produção, marketing, finanças, pesquisa e desenvolvimento e outros, precisarão traduzir os objetivos do negócio em termos que têm sentido para eles e precisam determinar a melhor forma de organizar seus recursos para apoiá-los.
O vigor central da estratégia do negócio é como formar e reforçar a posição competitiva de longo prazo da empresa da empresa no mercado.

Estratégia Funcional ou Tática
A estratégia funcional diz respeito ao plano do jogo gerencial de um departamento ou atividade funcional chave dentro do negócio. Cada função do negócio precisa de uma estratégia funcional que conduz suas ações no âmbito do negócio. Nesta ocasião, o “ambiente” da função inclui em particular o negócio em que se insere.
A estratégia funcional, de abrangência mais restrita que a estratégia de negócios, adiciona detalhes relevantes ao plano geral do negócio estabelecendo as ações, abordagens e práticas para a operação de um departamento ou função do negócio. O papel principal de uma estratégia funcional é fornecer apoio para a estratégia geral de negócios e para a abordagem competitiva da empresa.

Estratégia Operacional
As estratégias operacionais estão relacionadas com iniciativas estratégicas e abordagens mais restritas para o gerenciamento de unidades operacionais chave (fábricas, distritos de vendas, centros de distribuição) e para o tratamento de tarefas operacionais diárias que tenham significado estratégico (campanhas de propaganda, compra de material, controle de estoque, manutenção, expedição).
As estratégias operacionais delineiam como gerenciar unidades organizacionais chave dentro de um negócio e como executar atividades estrategicamente significativas.
As estratégias operacionais acrescentam mais detalhes e complementos para as estratégias funcionais e para o plano geral do negócio. A responsabilidade principal pela estratégia operacional normalmente é delegada para os gerentes da linha de frente, mas ficam sujeitas à revisão e aprovação de seus chefes.

ORGANOGRAMA
DETERMINANDO O ORGANOGRAMA DA EMPRESA
O organograma é o gráfico que representa a estrutura formal da empresa, ou seja, a disposição e a hierarquia dos órgãos.
Existem várias maneiras de se representar a estrutura da empresa. A escolha do tipo ideal, fica a critério do analista, que deve considerar a natureza da organização. O organograma mais utilizado é o CLÁSSICO:
Organograma clássico ou vertical – este tipo é simplificado e procura deixar bem claros os níveis de hierarquia. É bastante utilizado em instituições tradicionais.

CUIDADOS NA ELABORAÇÃO DO ORGANOGRAMA
Na elaboração, um organograma exige certos cuidados: alguns de natureza estética, outros de natureza técnica, por exemplo:
a) Deve ser evitado o uso exclusivo de siglas, códigos ou abreviaturas dos órgãos para que qualquer pessoa possa ver e entender a estrutura da organização;
O órgão deve ser identificado pelo indicador da hierarquia (Diretoria, Departamento, Gerência, Superintendência, Divisão, Seção, Setor,...) e pelo indicador da departamentalização (que, juntos, constituem o “nome” do órgão).

Exemplo:
Departamento Financeiro (departamentalização por função)
Gerência Sul (departamentalização por região geográfica)
Podem ser utilizados SIGLAS e CÓDIGOS para complementar a identificação do órgão;

Exemplo: DEPFIN e GERSUL
b) A subordinação de um órgão em relação a outro é representada por linha cheia (medula orgânica), de cima para baixo, ou da esquerda para direita. Órgãos de igual hierarquia não podem estar ligados uns aos outros, mas sim à linha da autoridade superior;
·       A relação funcional pode ser representada por linha tracejada e a relação de fiscalização ou controle por linha pontilhada;
·       Órgãos de STAFF devem estar ligados por ramais (também representados por linha cheia) à “medula orgânica”;

c) Deve ser procurado um equilíbrio estético entre os espaços laterais e verticais dos órgãos de mesmo nível hierárquico;
d) O organograma não deve ser fracionado em hipótese alguma, ou seja, não deve constar parte numa folha, parte em outra;
·       Se houver necessidade podem ser criados organogramas específicos para detalhar órgãos ou níveis hierárquicos da organização;

e) Para representação de órgãos de caráter mais formal, deve ser dada preferência à utilização de retângulos (usualmente, mantendo a proporção de base X altura: 2X1), em detrimento de outras formas geométricas, podendo o seu tamanho variar em função do nível hierárquico de cada setor representado;
·       Para a representação de órgãos menos formais, como grupos e equipes, ou até de organizações ligadas a atividades artísticas, sociais, ou criativas, dentre outras, admite-se usar outras formas gráficas, como círculos, triângulos, elipses, retângulos curvados ou, simplesmente, a sua chamada por linha, sem circunscrição;

f) Informações de natureza temporária não devem ser apresentadas no organograma (nome do responsável pelo órgão, por exemplo),evitando, assim, constantes alterações do desenho; 6
g) Não confundir, o organograma é utilizado, usualmente, para representar os órgãos e não os cargos ou funções;

Exemplo:
A forma mais adequada é Diretoria de Vendas ao invés de Diretor ou Direção de Vendas.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO DE UM ORGANOGRAMA
No desenho de um organograma podem ser utilizados diversos recursos gráficos (linhas, cores, texturas,...) mas o seu emprego deve estar condicionado, diretamente, ao não comprometimento da perfeita visualização da informação nele disponibilizada.
Para facilitar a arrumação do organograma em uma folha (tipo A4 - ideal ou A3 - no máximo) e visando destacar alguma informação podem ser empregados os seguintes recursos:
·       DESDOBRAMENTO da estrutura: Pode ser horizontal, com os órgãos apresentados lado à lado ou vertical com os órgãos apresentados em seqüência vertical;
·       DIMENSIONAMENTO dos órgãos: Quando o objetivo é destacar os órgãos estes podem ser desenhados de forma bidimensional (ou com sombra);
·       APRESENTAÇÃO da medula orgânica: Além da apresentação tradicional a medula pode ser desenhada em BANDEIRA (os órgãos são pendurados como se estivessem em um “varal”) ou em LAMBDA (os órgãos são ligados por linha diagonais);

LOTACIONOGRAMA
O lotacionograma é o organograma que tem por objetivo fornecer uma visão exata da disposição dos recursos humanos na organização, facilitando a coordenação alocação destes pelos diversos órgãos e favorecendo possíveis trabalhos de remanejamento ou de reorganização.
Os lotacionogramas devem ser atualizados sempre que ocorrerem alterações estruturais em um órgão ou mudança no quadro de pessoal. O nível de detalhamento do lotacionograma varia de acordo com a complexidade do estudo realizado.
Na formulação de lotacionogramas deve-se observar:
No mínimo 50% dos funcionários de cada órgão devem ter qualificação diretamente relacionada com as atividades específicas;
Em muitos casos é interessante agrupar funcionários de mesma qualificação em um único órgão, ganhando-se com isso em desenvolvimento e especialização minimizando a ociosidade (essa forma de organização é característica da estrutura funcional) ;
Quando se utilizam os valores previstos no lotacionograma, o fato de um setor cumprir satisfatoriamente suas funções com um número de pessoas abaixo do previsto podem indicar que houve superestimação da previsão, que deve ser revista.
Várias são as maneiras possíveis de representar um lotacionograma. Em geral, indicado no organograma, constrói-se quadro ou texto que explique a função de cada departamento, indica-se a quantidade de funcionários e explica-se a relação entre eles.

TIPOS DE PLANEJAMENTO
Na consideração dos grandes níveis hierárquicos, pode-se distinguir três tipos de planejamento:
A) Planejamento Estratégico
B) Planejamento Tático
C) Planejamento Operacional
Pode-se relacionar os tipos de planejamento aos níveis de decisão numa Pirâmide organizacional:



Planejamento Estratégico relaciona-se com objetivos de longo prazo, com maneiras e ações que afetam toda a empresa.
·       Planejamento Tático relaciona-se com objetivos de mais curto prazo e com maneiras e ações que, geralmente afetam somente parte da empresa.
·       Planejamento Operacional relaciona-se com as rotinas operacionais da empresa e afetam somente as unidades setoriais.

Tipos e níveis de planejamento nas empresas:


Verifica-se que o planejamento estratégico considera a empresa como um todo. Este aspecto é importante para o entendimento das fases do planejamento estratégico.
Na figura abaixo apresenta-se o ciclo básico dos três tipos de planejamento:



O Planejamento Integrado entre os vários escalões é importante para que a atividade conjunta garanta a realização dos objetivos propostos para o desenvolvimento e crescimento da empresa.

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
É o processo administrativo que proporciona sustentação metodológica para se estabelecer a melhor direção a ser seguida pela empresa, visando ao otimizado grau de interação com o ambiente e atuando de forma inovadora e diferenciada.
O planejamento estratégico é, normalmente, de responsabilidade dos níveis mais altos da empresa e diz respeito tanto à formulação de objetivos quanto à seleção dos cursos de ação a serem seguidos para sua consecução, levando em conta as condições externas à empresa e sua evolução esperada.

PLANEJAMENTO TÁTICO
Tem por objetivo otimizar determinada área de resultado e não a empresa como um todo.
Portanto, trabalha com decomposição dos objetivos, estratégias e políticas estabelecidas no planejamento estratégicas.
Na figura abaixo, apresenta-se uma sistemática de desenvolvimento dos planejamentos básicos:


O planejamento tático é desenvolvido em níveis organizacionais inferiores, tendo como8 principal finalidade a utilização eficiente dos recursos disponíveis para a consecução de objetivos previamente fixados.

PLANEJAMENTO OPERACIONAL
Pode ser considerado como a formalização, principalmente através de documentos escritos, das metodologias de desenvolvimento e implantação estabelecidas. Portanto, nesta situação tem-se, basicamente, os planos de ação ou planos operacionais.
Os planejamentos operacionais correspondem a um conjunto de partes homogêneas do planejamento tático;
Cada um dos planejamentos operacionais deve conter com detalhes:
·       os recursos necessários para seu desenvolvimento e implantação;
·       os procedimentos básicos a serem adotados;
·       os resultados finais esperados;
·       os prazos estabelecidos; e
·       os responsáveis por sua execução e implantação.


domingo, 24 de março de 2013

CÁLCULOS FINAIS



O MLC – mapa de localização de custos é um instrumento metodológico de alocação dos custos indiretos, partindo do rateio dos CIF aos departamentos produtivos e auxiliares, dos auxiliares aos produtivos e dos produtivos aos produtos.
Ou seja, a alocação dos custos indiretos de fabricação (CIF) pode ser feita utilizando-se o Mapa de Localização de Custos (MLC).

a) Primeiramente a segregação no MLC entre os departamentos auxiliares (não agregam valor ao produto – administração, manutenção etc.) e produtivos (agrega valor aos produtos – corte, costura, prensa etc.).
b) Em seguida, os CIF são alocados, com bases de rateio específicas a cada departamento;
c) Na terceira etapa os CIF dos departamento auxiliares são transferidos para os departamentos produtivos, seguindo critérios racionais de alocação.
d) Por fim, ocorre a alocação do CIF dos departamentos produtivos aos portadores finais (produtos).

CONTABILIZAÇÃO DOS CUSTOS

A forma de contabilização dos custos pode ser variada. Existem desde os critérios mais simples até os mais complexos. O exemplo a ser apresentado não tem muita complexidade, mas dependendo do método adotado pela entidade pode ocorrer a necessidade de utilizar-se métodos de contabilização mais detalhados.
Admitindo que a empresa tenha resolvido, contabilizar, com base no critério de rateio de CIF (Custos Indiretos de Fabricação), à base do valor da Mão-de-obra Direta, o procedimento de escrituração poderia ser:

a) CRITÉRIO SIMPLES: Contabilização dos Custos pela Contabilidade em contas apropriadas, com transferência direta para os estoques à medida que os produtos são acabados ou então só no fim do período, sem registro das fases de rateio:
Matéria-prima consumida 350.000
Mão-de-obra 120.000
Depreciação 60.000
Seguro da fábrica 10.000
Materiais diversos 15.000
Energia elétrica 85.000
Manutenção da fábrica 70.000

As contas de despesas, por não interessarem, ficam fora. Os Custos acima serão distribuídos diretamente às contas de estoques:

Débito: Estoques:
Produto A.................... 170.000
Produto B.................... 319.500
Produto C.................... 220.500
$ 710.000

Crédito: Custos:
Matéria-prima Consumida........ 350.000
Mão-de-obra (Salário Fáb)...... 120.000
Depreciação Fábrica............ 60.000
Seguros Fábrica................ 10.000
Materiais Diversos Fábrica..... 15.000
Energia Elétrica Fábrica....... 85.000
Manutenção Fábrica............. 70.000
$ 710.000

Neste exemplo, é possível argumentar que lançamentos tão simplificados não fornecem uma boa visão de como foi feita a distribuição dos custos. Entretanto, havendo um bom sistema de arquivo, as melhores fontes dessas informações sobre distribuição serão sempre os mapas, e não o diário e o razão da contabilidade.

b) CRITÉRIO COMPLEXO - a forma mais complexa para contabilização dos custos seria representada pelo detalhamento dos mapas de custos.

Débito:
Mão-de-obra direta.................... 90.000
Mão-de-obra indireta.................. 30.000
120.000

Credito:
Mão-de-obra(salário fábrica)........ 120.000

Débito:
Energia elétrica direta............... 45.000
Energia elétrica indireta............. 40.000
85.000

Crédito:
Energia elétrica fabrica............ 85.000

Débito: Estoques:
Produto A............................75.000
Produto B...........................135.000
Produto C ..........................140.000
350.000

Crédito: Matéria prima consumida............350.000

Débito: Estoques:
Produto A............................22.000
Produto B............................47.000
Produto C............................21.000
90.000

Crédito: Mão-de-obra direta..................90.000

Débito: Estoques:
Produto A............................18.000
Produto B............................20.000
Produto C............................ 7.000
45.000

Crédito: Energia elétrica direta.............45.000

Débito: Estoques:
Produto A............................ 55.000
Produto B........................... 17.500
Produto C............................ 52.500
225.000

Crédito: Custos indiretos:
Mão-de-obra indireta............... 30.000
Energia elétrica indireta........... 40.000
Depreciação fabrica................. 60.000
Seguros fábrica..................... 10.000
Materiais diversos.................. 15.000
Manutenção fábrica.................. 70.000
225.000

4ª FASE - EXECUÇÃO

Após a montagem do plano, no qual foram planejadas passo a passo as etapas do trabalho a ser realizado, parte-se para a execução, momento onde será literalmente aplicado o plano de ação ou seja, coloca-se em prática, com base nos objetivos propostos, o sistema de custos.
A execução pode ser entendida como a fase na qual se buscará aplicar o pensamento em relação a contabilidade de custos elaborado de acordo com as necessidades, os objetivos e os recursos da entidade.
Primeiramente inicia-se a coleta das informações (conjunto de gastos e dados físicos/quantitativos), que serão posteriormente classificadas/trabalhadas de acordo com o método proposto (ABC, Absorção etc.). Na sequências parte-se para a fase de cálculos, podendo ser manual ou informatizada, originando os diversos relatórios projetados (custos diretos, custos departamentais, custos totais etc.). Com base nos relatórios efetua-se a contabilização de tais dados, sendo que se o método for aceito pela legislação não existe a necessidade de proceder ajustes, caso contrário deverão ser
realizados. Também com base nos relatórios gerados, a administração poderá formar seu preço de venda (caso utilize o sistema de custos como base).

1. COLETA
2. APLICAÇÃO DO MÉTODO (Sistema de custeamento)
3. CÁLCULO DO CUSTO (geração de relatórios – custo total, unitário etc.)
4. TRANSFERÊNCIA PARA ESTOQUES (contabilização)
5. FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

5ª FASE - ANÁLISE / AVALIAÇÃO

Quando do término dos trabalhos burocráticos (aplicação do plano de custos), os quais originaram diversos relatórios, cabe ao profissional da área realizar a avaliação e análise dos resultados, verificando se os resultados encontrados refletem a realidade, se anular as necessidades da entidade e se atenderam aos objetivos do sistema. Ponto de equilíbrio – criado por Henry Hess

6ª FASE – COMUNICAÇÃO DOS RESULTADOS

Concluídas todas as fases dos processo de apuração/análise/avaliação do sistema de custo, deve-se comunicar os resultados encontrados à administração, objetivando uma  avaliação conjunta e global dos fatos ocorridos e dos procedimentos adotados, buscando realimentar o sistema, aprimorando-o constantemente.

sábado, 23 de março de 2013

CUSTO DE MATÉRIAS.



CÁLCULO DOS CUSTOS COM MATERIAIS (estoques)

Os materiais abrangem uma vasta gama de insumos, suprimentos, produtos e mercadorias.

·  insumos são todos os materiais necessários no processo de produção de bens e serviços.
· suprimentos são todos os materiais necessários ao preenchimento das condições de funcionamento das instalações e equipamentos.
·  produtos são os exsumos da produção e ou fabricação próprias, resultado da transformação de bens e serviços em outros bens e serviços.
·  mercadorias são bens adquiridos pela empresa, para revenda, sem transformação.

A contabilidade de materiais diz respeito ao levantamento, registro e fornecimento de dados envolvendo a circulação de materiais na empresa. O custo dos materiais adquiridos deve incluir todos os gastos necessários para que eles chegue ao estabelecimento da entidade compradora.
Na realidade o custo de uma mercadoria adquirida não é somente o constante da nota fiscal, mas o resultante da soma deste com todos os gastos necessários para a colocação do produto em condições de venda.
Normalmente, serão os custos de fretes e seguros que aparecerão com maior frequência.

EXEMPLO:

Valor pago ao fornecedor $ 1.000,00
Fretes pagos ao transportador $ 50,00
Prêmio de seguros sobre fretes $ 30,00
Custo de aquisição $ 1.080,00
Considerando que os valores foram pagos a prazo, tem-se o seguinte lançamento contábil:
Contas Débito Crédito estoques 1.080,00
Duplicatas a pagar 1.000,00
Fretes a pagar 50,00
Seguros a pagar 30,00
total 1.080,00 1.080,00

Quanto ao tratamento de mercadorias com tributação (IPI e ICMS) o procedimento seria:

DADOS:

Compra Venda
Valor da mercadoria 1.000,00 1.800,00
Valor do IPI (10%) 100,00
Valor total da nota 1.100,00 1.800,00
Valor do ICMS (17%) 170,00 306,00

Os materiais quando adquiridos são ativados no grupo denominado de ESTOQUES, ocorrendo a baixa pela efetiva utilização, seja ela na produção (ex: matéria-prima) e no consumo (ex: material de expediente).
Os estoques representam um dois mais importantes grupos do conjunto patrimonial, sendo classificado como ativo circulante. A sua correta determinação é imprescindível no momento da apuração do resultado do exercício, por tratar-se de um dos componentes do cálculo do lucro líquido.
Conceitualmente, é possível identificar estoques como bens adquiridos ou produzidos, com o objetivo de venda ou utilização pela empresa, em suas atividades operacionais.
A contabilização de compras de itens de estoques, assim como o das vendas a terceiros, dever ser o da transmissão do direito de propriedade dos mesmos. Dessa forma, a composição dos estoques deve-se dar pela posse de direito e não pela posse física.
Os estoques são compostos por:

a) itens que existem fisicamente em estoques, excluindo-se os que estão fisicamente na empresa mas que são de propriedade de terceiros (consignações);
b) itens adquiridos pela empresa, mas que estão em trânsito, a caminho na data do balanço;
c) itens da empresa que foram remetidos para terceiros em consignação;
d) itens de propriedade da empresa que estão em poder de terceiros para armazenagem, beneficiamento, embarque etc.

CÁLCULO DO CUSTO DOS PRODUTOS VENDIDOS E DAS MERCADORIAS VENDIDAS.

O controle de estoques, como já descrito, é base para a apuração do custo dos produtos vendidos. Esse cálculo, por sua vez, por ser efetuado seguindo-se o sistema de controle de estoques. As possibilidades existentes são compostas pelo método de controle
periódico e pelo método de controle permanente.
O método de controle periódico parte do inventário inicial e final, objetivando encontrar o valor para a apuração do resultado. Neste, não é controlado o estoque a cada operação de entrada e saída de insumos, ou seja, o estoque tem seu controle realizado pelo levantamento físico (inventário).
O método de controle permanente exige a escrituração de todos os fatos de entrada e baixa de insumos em fichas especiais, atualizado o sistema contábil no momento em que os fatos ocorrem ( venda, compra e consumo).
Na sequência discute-se a composição dos custos com materiais em empresas comerciais e industriais. Em empresas comerciais denomina-se custo da mercadoria vendida – CMV, já nas empresas industriais a utiliza-se a expressão custo do produto vendido – CPV.

a) EMPRESAS COMERCIAIS

Nas empresas comerciais, a fórmula é simples, pois as entradas são representadas somente pelas compras de mercadorias destinadas à revenda. Porém o critério de apuração do CMV pode ser realizado pelo método permanente ou periódico.

PERMANENTE – efetua-se o controle do estoque a cada aquisição e baixa de mercadorias, podendo calcular o custo das mercadorias pelos critérios PEPS, UEPS e MËDIA.
EXEMPLO:

NA COMPRA:
Debita-se estoque, debita-se ICMS a recuperar e credita-se fornecedores.

NA VENDA:
D CMV D Caixa D ICMS
C Estoques C Venda C ICMS Pagamento.

Lançamentos (comércio – método de controle permanente):

1º aquisição da mercadoria a vista.

D – estoque de mercadorias $ 930,00
D – ICMS a recuperar $ 170,00
C – Caixa $ 1.100,00

2º venda da mercadoria a vista

D – Caixa $ 1.800,00
C – Vendas de mercadorias $ 1.800,00
D – ICMS c/despesa $ 306,00
C – ICMS a recolher $ 306,00
D – CMV $ 930,00
C – Estoque de mercadorias $ 930,00

3º Compensação do ICMS (recolher e recuperar)

D – ICMS a recolher $ 170,00
C – ICMS a recuperar $ 170,00
Saldo da conta ICMS a recolher (306,00 – 170,00 = 136,00).

4º pagamento do ICMS

D – ICMS a recolher $ 136,00
C – Caixa $ 136,00

DRE destes fatos

Receita bruta $ 1.800,00
( - ) impostos s/vendas $ (306,00)
(=) Receita Líquida $ 1.494,00
(-) CMV $ 930,00
(=) Lucro Bruto $ 564,00

PERIÓDICO: efetua-se a apuração do CMV no final do exercício, por meio da fórmula:

CMV = EI + C – D – EF

ONDE:

CMV = custo das mercadorias vendidas
EI = estoque inicial
C = compras ou entradas do período (frete, IPI etc.)
D = deduções (devolução de mercadoria, descontos etc.)
EF = estoque final

b) EMPRESAS INDUSTRIAIS

Na indústria, todavia, as entradas representam a produção completada no período, sendo que para tais empresas é necessário um sistema de Contabilidade de Custos cuja complexidade vai depender da estrutura do sistema de produção, das necessidades internas etc.

APURAÇÃO DO CPV

1 Estoque Inicial de Mat. Direto (EIMD)
2 (+) Compras de Mat. Direto
3 (-) Estoque Final de Mat. Direto (EFMD)
4 (=) Material Direto Consumido (MD)
5 (+) Mão-de-bra Direta (MOD)
6 (+) Custos Indiretos de fabricação (CIF)
7 (=) Custo de Produção do Período (CPP)
8 (+) Estoque inicial de prod. em elaboração (EIPA)
9 (-) Estoque final de prod. em elaboração (EFPE)
10 (=) Custo produção acabada (CPA)
11 (+) Estoque inicial de prod. acabados (EIPA)
12 (-) Estoque final de prod. acabados (EFPA)
13 (=) Custo dos Produtos Vendidos (CPV)

O tratamento tributário para as diversas empresas pode ser resumido da seguinte maneira, quanto o inclusão ou não do tributo ao custo do produto/serviço:

EMPRESA INDUSTRIAL COMERCIAL SERVIÇOS

Exclui o IPI Inclui o IPI Inclui o IPI
Exclui o ICMS Exclui o ICMS Inclui o ICMS
Recupera o IPI Recupera o ICMS Não recupera o
e o ICMS e não o IPI IPI nem o ICMS

COMO REGRA GERAL, É POSSÍVEL AFIRMAR:

- Para uma empresa industrial que adquire matéria-prima pagando IPI e ICMS, nenhum destes impostos representará custo, uma vez que ao vender o produto final, a empresa recuperará do cliente os impostos sobre as vendas.
- Já para uma empresa comercial que compra da indústria e vende ao consumidor final, o IPI deve ser incluído no custo da mercadoria, apesar de encontrar-se na nota fiscal, e o ICMS deve ser excluído, apesar de fazer parte do preço.
- Para a empresa prestadora de serviços, que não terá a possibilidade de recuperar nem o IPI nem o ICMS, já que está sujeito ao ISSQN, tanto o IPI como o ICMS tornam-se custos.

CONTABILIZAÇÃO DE FATOS QUE ALTERAM OS VALORES DAS COMPRAS E VENDAS.

1. Devolução e abatimentos.

Devolução:
D – (-) Devolução de vendas
C - Caixa

Abatimentos:

D – (-) Abatimento sobre vendas
C - Caixa

OBS: As contas de devolução e abatimentos são contas de saldo original devedor, mas classificadas no plano geral de contas como redutoras das receitas. Assim, os saldos de tais contas, no fim do período, serão jogados contra o saldo das vendas, para apuração do valor das vendas líquidas.

D - vendas
C - devolução de vendas
C - abatimento s/ vendas

EXEMPLO:

Vendas....112.000,
(-) devolução....3.000,
(-) abatimento....2.000,
CMV....85.000

DRE

Vendas brutas 112.000
(-) devolução 3.000
(-) abatimento 2.000
Venda líquida 107.000
(-) CMV 85.000
(=) Lucro Bruto 22.000

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DOS ESTOQUES (MATERIAIS):

Os métodos de avaliação de estoques objetivam, exclusivamente, separar o custo dos materiais, mercadorias e produtos entre o que foi consumido ou vendido e o que permaneceu em estoque.
Se diversos materiais iguais forem comprados por preços diferentes, principalmente, por terem sido adquiridos em datas diferentes, e forem intercambiáveis entre si, algumas alternativas de avaliação poderão ser adotadas:

A) PREÇO MÉDIO:

O critério mais utilizado no Brasil é o do Preço Médio para a avaliação dos estoques (consequentemente para a do custo dos materiais utilizados). Podemos, no entanto fixar pelo menos dois tipos diferentes de Preço Médio: Móvel e Fixo.

A1) PREÇO MÉDIO PONDERADO MÓVEL (PMPM)

É assim chamado aquele mantido por empresas com controle constante de seus estoques e que por isso atualiza seu preço médio após cada aquisição. Nesse caso.

CÁLCULO:

Dia 17 = $ 33.300 / 3.000kg = $ 11,10 kg

Quantidade Utilizada x preço médio = custo da matéria-prima.

3.200 kg x $ 11,10 = $ 24.420,00
Dia 29 = (800+1200) / ($8.880+15.600) = $ 12,24
1.000 kg x $ 12,24 = $ 12.240,00

Matéria-prima total aplicada no mês = $ 24.420,00 + 12.240 = $ 36.600,00

A2) PREÇO MÉDIO PONDERADO FIXO (PMPF)

Utilizado quando a empresa calcula o preço médio apenas após o encerramento do período ou quando decide apropriar a todos os produtos elaborados no exercício ou mês um único preço por unidade (kg, neste exemplo):

CÁLCULO:

PMPF do Mês = $ 48.900/ 4.200 kg = $ 11,643/kg
Dia 17 = 2.200 kg x $ 11,643kg = $ 25.614,00
Dia 29 = 1.000 kg x $ 11,643kg = $ 11.643,00
Matéria-prima total aplicada no mês = $ 37.257,00

B) PRIMEIRO A ENTRAR É O PRIMEIRO A SAIR (PEPS – FIRST-IN, FIRST-OUT)

Neste critério, o material é custeado pelos preços mais antigos, permanecendo os mais recentes em estoque.

CÁLCULO:

Dia 17 – matéria-prima utilizada (2.200 kg) = 1.000 kg x $ 10,00/kg = $ 10.000,00
1.200 kg x $ 11,65/kg = $ 13.980,00
$ 23.980,00
Dia 29 – matéria-prima utilizada (1.000 kg) = 800 kg x $ 11,65/kg = $ 9.320,00
200 kg x $ 13,00/kg = $ 2.600,00
$ 11.920,00

Total da matéria-prima utilizada = $ 35.900,00

C) ÚLTIMO A ENTRAR PRIMEIRO A SAIR (UEPS – LAST-IN, FIRST-OUT)

CÁLCULO:

Dia 17 – matéria-prima utilizada (2.200 kg) = 2.000kg x $ 11,65/kg = $ 23.300,00
200kg x $ 10,00/kg = $ 2.000,00
$ 25.000,00
Dia 29 – matéria-prima utilizada (1.000 kg) = 1.000kg x $ 13,00/kg = $ 13.000,00

Total da matéria-prima utilizada = $ 38.300,00

Este critério permite a apropriação durante o mês ou após, alterando o custo total da MP utilizada.

OBSERVAÇÃO:

A Legislação brasileira não está mais aceitando o PMPF se for calculado com base nas compras de um período maior que o prazo de rotação do estoque. Realmente, não faz sentido avaliar pelo preço médio das compras do ano os estoques adquiridos nos últimos três meses, por exemplo. Também não aceita a utilização do critério UEPS.